Abordagem Lexical (Lexical Approach): O que é? Como usar?

Você já se perguntou o que é a Abordagem Lexical — ou Lexical Approach — e por que ela tem influenciado tantos professores de inglês nos últimos 20 anos? Neste artigo, apresento uma explicação clara, com história, fundamentos e aplicação prática, além de convidar você a conhecer o curso Lexical Teacher, especialmente para teachers of English que querem inovar suas aulas.


Origens da Abordagem Lexical

A partir de 1993, com o lançamento do livro The Lexical Approach: The State of ELT and a Way Forward, Michael Lewis formalizou o termo Lexical Approach e desafiou a domínio da gramática normativa no ensino de inglês. Lewis sustentou que “a língua consiste de léxico gramaticalizado, não de gramática lexicalizada” — argumentando que o vocabulário (léxico) é a base da língua, e não as regras gramaticais formalizadas.

Em 1997, Lewis aprofundou sua proposta com Implementing the Lexical Approach: Putting Theory Into Practice, onde demonstrou como suas ideias poderiam funcionar em sala de aula. A partir daí, práticas tradicionais de ensino centradas em gramática normativa e lista de palavras e frases descontextualizadas começaram a ser cada vez mais questionadas — especialmente no que toca a phrasal verbs, idioms e estruturas fixas.


Fundamentos centrais da Abordagem Lexical

Abordagem Lexical | Lexical Approach

São vários os fundamentos que norteiam a Abordagem Lexical. Alguns conceitos passam pela neurociência cognitiva, adentram na linguística de corpus, seguem orientações da psicologia de ensino, áreas motivacionais e muitas outras.

Para não ser muito extenso, aqui vou tratar daqueles fundamentos tidos como essenciais e que mudam o modo de pensar sobre o ensino e aquisição de uma segunda língua.

Gramática Normativa vs. Gramática de Uso

A Abordagem Lexical não elimina a gramática — ela apenas muda como ela é ensinada. Em vez de focar em termos técnicos e regras decoradas (gramática normativa), prioriza a gramática de uso: a forma como o aluno realmente usa a gramática no discurso cotidiano, de modo natural e intuitivo.

Conceitos normativos como present simple, past simple, continuous tenses, will and going to, present perfect, past perfect, conditionals, etc., são adquiridos (internalizados) sem a necessidade de uso de fórmulas e teorias gramaticais (metalinguagem). Cabe aos chunks of language fazer com que os aprendizes aprendam a usar essa gramática sem complicação teórica. Por isso o nome, gramática de uso.

Chunks of Language (itens lexicais)

O conceito de chunks of language (ou formulaic language) é central dentro desta abordagem de ensino. Esses “blocos” de linguagem — como collocationsfixed expressionssemi-fixed phrasespolywordsgambits e outros mais — são organizados por situação, tema ou função comunicativa. Por meio deles, os aprendizes internalizam a gramática de uso, frases comuns e padrões expressivos de forma integrada.

A chave da Abordagem Lexical está em ensinar vocabulário + gramática + pronúncia como uma unidade, não como componentes dissociados.

Para que isso tudo funcione é necessário que o(a) professor(a) esteja preparado para aceitar os desafios e mudanças não só sua forma de ensinar línguas, mas também do entende por aquisição de línguas.


Benefícios da Abordagem Lexical para professores e alunos

  • Aulas mais dinâmicas, práticas e significativas
  • Aprendizagem mais rápida do idioma quando se enfatiza chunks
  • Aquisição simultânea de léxico, gramática de uso e pronúncia
  • Ensino mais contextualizado, priorizando padrões reais do inglês
  • Melhor engajamento e retenção dos alunos
  • Mais confiança para falar inglês com naturalidade
  • Desenvolvimento da fluência de modo significativo para os aprendizes

Quando bem aplicada, a Abordagem Lexical pode transformar seu modo de ensinar e o modo como seus alunos aprendem — tornando o processo mais natural, eficiente e contextual.


Críticas e debates sobre a Lexical Approach

Desde seu lançamento, a abordagem alimentou debates no meio do ELT (English Language Teaching). Algumas críticas comuns incluem:

  • A ideia de que “Approach” não seria um método completo, mas apenas um conjunto de sugestões
  • Que não haveria “mapas” (roteiros, programas, syllabus) claros de aplicação sistemática
  • Que ela valorizaria demasiadamente o vocabulário em detrimento da estrutura gramatical

Autores como Scott Thornbury, em “The Lexical Approach — A Journey Without Maps?”, questionaram justamente a ausência de um “conteúdo didático” rígido. No entanto, com o tempo, muitos desses críticos reconheceram que conceitos como collocations e chunks permeiam ensino e metodologias modernas — uma prova da influência duradoura da Lexical Approach.

Não só isso, mas reconheceram também como a Abordagem Lexical centraliza o aluno como principal agente no ensino e aprendizado de inglês. Ou seja, por meio de outros conceitos fundamentais como (noticing, OHE, lexical notebook, etc.), os aprendizes se motivados e orientados a se tornarem aprendizes autônomos da língua e sigam, portanto, aprendendo dentro e fora da sala de aula constantemente. Também, ao longo da vida!


Conclusão e Convite Especial para Teachers

Este artigo buscou oferecer uma breve introdução sobre a Abordagem Lexical (Lexical Approach). Há ainda muito a ser dito sobre ela. Afinal, ela “surgiu” em 1993 e desde então tem sido crucial no ensino de inglês.

Assim, se você é professor(a) de inglês e quer ir além da teoria — aprendendo como aplicar esses conceitos em sala de aula, montar atividades eficazes com chunks e transformar suas aulas — eu tenho um convite especial para você:

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23 Comentários

  1. Estudo num curso que utiliza este método! O discourse approach, você conhece? É a mesma coisa?

  2. Olha! Deve ser mais um nome que acharam bonitinho e resolveram colocar como se fosse a metodologia da escola.'Discourse approach' existe em tudo quanto é curso de idiomas que se preze. Serve para desenvolver materiais de cursos e tudo mais.Enfim… Não é nada de novo ai!

  3. Denilso, boa noite! No inicio do seu texto vc afirma que a escola Lexical de inglês não se baseia no método abordado. Minha pergunta é: Tem alguma escola que aborde essa forma de ensinamento, a qual vc recomenda?

  4. Arnaldo, tudo bem?Sinto muito discordar de você. Pelo que eu acompanho da Wise Up, posso afirmar que eles não utilizam a Abordagem Lexical. Embora, no começo da rede tenham divulgado muito isto.Durante um tempo, cheguei a ouvir que haviam comprado os direitos de uso desta abbordagem. Alguém até escreveu que "O dono da Wise Up o Flávio, comprou os direitos autorais deste método de ensino (Lexical Approach) do pesquisador inglês Michael Lewis".Esta informação é totalmente descabível conforme palavras do próprio Michael Lewis. Digo isto porque perguntei ao próprio Michael Lewis se isto era verdadeiro. E a resposta foi: "não, não é verdadeira". Lembre-se que como divulgador e da Abordagem Lexical no Brasil eu tenho contato com os pais da ideia! Afinal, lido com a Abordagem Lexical desde 1998 [5 anos após ser divulgada na Europa].Agora, por que a Wise Up não utiliza a Abordagem Lexical na minha opinião?1. Na Abordagem Lexical o professor pode – quando necessário for – utilizar a língua materna dos aprendizes para poder solucionar problemas. Isto não ocorre na Wise Up. Vale dizer que o uso da Língua Materna é essencial dentro da Abordagem Lexical.2. O material da Wise Up possui atividades de prática gramátical [estruturas gramaticais]. Algo que na Abordagem Lexical não pode acontecer. Vale dizer aqui que no comercial deles isto não é falado. No próprio site da Wise Up encontramos a seguinte informação: nosso "material procura dar uma visão da língua do ponto de vista gramatical, léxico, discursivo, social e intercultural". Eu avaliei o material da Wise Up certa vez e posso afirmar que isto é verdadeiro.3. Atualmente a wise Up não divulga mais a Abordagem Lexical como o carro chefe pedagógico da rede. Embora ainda haja uma tendência em ver partes da Abordagem Lexical por lá, o método da Wise Up é – conforme indicado no site – o Discourse Analysis [Análise do Discurso]. vale dizer que todo mundo que escreve um livro para ensino de inglês [incluindo a maioria das redes de ensino de idioma como CNA, CCAA, Fisk, Cel-Lep, inFlux, Cultura Inglesa, etc] fazem uso da Análise de Discurso e uso de material autêntico. Ou seja, a roda não está sendo inventada pela Wise Up.Por estas e outras eu afirmo que a Wise Up não utiliza a Abordagem Lexical em sua metodologia de ensino. Posso dizer que eles [assim como outras redes] usam algumas das ideais da abordagem lexical. No entanto, não a usam de modo efetivo. A Wise Up é uma rede de idiomas [You Move, Lexical, Go Getter] com uma excelente equipe de marketing e isto faz uma grande diferença! Muita gente gosta e muita gente não gosta! Muita gente recomenda e muita gente não! Isto é a mecânica do mercado. Porém, a mecânica pedagógica da Abordagem Lexical não é esta!

  5. Denilso, parabéns pelo Blog e obrigado pelas informações. Fui abordado pelos vendedores da Wise e eles afirmam com convicção que são os detentores da patente do Lexical Approach. Inclusive utilizam o nome do Prof. Lewis várias vezes durante a apresentação da escola. Obrigado pelos esclarecimentos

  6. Denilson porque vc acha que na escola lexical só ha o nome do metodo, não tem nada do metodo na metodologia deles? vc ja assistiu uma aula? é boa? ou não?

  7. Denilso, seu blog é muito interessante. Esta proposta de vocabulário e não gramática, gramática³… é muito melhor. Eduardo Gurgel, meu querido professor que o diga…Beijos, Ry.

  8. Olá Denilson, sou professora de Inglês em escolas públicas e gostaria de receber os ebooks e se possível, também o Inglês na ponta da língua. Vocês poderiam enviar-me um boleto bancário no valor total? Thank you for sharing all you know with us.

  9. Olá Denilson, como vai?Peço desculpas mas creio que tudo o que você escreveu sobre a Wise Up é improcedente. Uma das coisas mais infundadas é que o Flavio Augusto tenha mencionado a compra de qualquer direito sobre um Lexical Approach, me poupe isso não é sequer do autor, não é uma descoberta é uma linha de pensamento. Segundo o grupo ao qual vc se refere é o Ometz Group e não o grupo Wise Up. Caso queira saber mais só entrar <a href="http://www.ometzgroup.com.brwww.ometzgroup.com.br<br />Outra coisa que você fala sem ter conhecimento, o material que trabalha com Lexical Approach adivinha de qual das empresas do grupo pertence?? A Lexical… Já a Wise Up tem foco no Discourse Approach que se vc estudar é interconectado por camadas e gramática faz parte dela, bem como faz do Lexical Approach.Além do mais o curso é inteiro em inglês do início ao fim e o professores não falam português em aula… então por favor antes de falar de alguma coisa estude e pesquise, pois isso pareceu a mim uma baita dor de cotovelo. abç

  10. Ao Anônimo acima,Trabalho com ensino de língua inglesa há mais de 15 anos. Quando comecei a Wise Up era ainda um embrião e a Abordagem Lexical (Lexical Approach) estava começando a ser difundida no mundo pelo Michael Lewis e outros proponentes da ideia.Em 1999, quando comecei a estudar métodos e abordagens mais a fundo no Brasil, lembro-me que a Wise Up vendia a ideia de que eles haviam comprado os direitos da Lexical Approach do Michael Lewis. Essa história cotinuou por alguns anos depois e, como era de se esperar, eles – Wise Up – pararam de falar isso na mídia escrita. O interessante é que em algumas comunidades do Orkut, isso ainda é afirmado categoricamente.Criaram então uma nova marca – a Lexical – que se tornou então a escola que utiliza a Lexical Approach. Vale acrescentar aqui que muitas questões fundamentais e essenciais da Lexical Approach são deixadas de fora no material e no método da escola Lexical.O Ometz Group – ou Grupo Wise Up – foi formado como uma forma de englobar todas as empresas do grupo: Spartacus, Yeah, Lexical, Wise Up, Wise4U, Wise Up Teens, etc. Vale dizer que o Grupo Wise Up, nome pelo qual muitas pessoas do ramos de ensino usam para se referir ao Ometz Group, foi criado bem recentemente.Para provar que não se trata de dor de cotovelo, mas sim de uma opinião formada por uma pessoa que acompanha a história das escolas de idiomas no Brasil, acrescento aqui uma admiração que tenho pela Wise Up (principalmente ao presidente Flávio Augusto e ao Sérgio Barreto): admiro a coragem que eles têm de mudar o nome do método utilizado na Wise Up e inclusive o material produzido para a escola. Essa coragem em mudar prova que eles procuram estar antenados, embora ao modo deles, com o que há de interessante no ensino de idiomas. Isso não quer dizer que são os melhores; mas, são uns dos melhores nesse quesito. Admiro ainda o treinamento pedagógico deles dados aos coordenadores e novos franqueados da rede. Acredito que deveria servir de modelo para outras redes de ensino. Portanto, querido Anônimo, o que eu escrevo ou falo em minhas palestras (cursos e workshops), não é dor de cotovelo, mas sim conhecimento de causa. Não sou nenhum blogueiro ou estudioso sentado em uma cadeira falando coisas sem saber. Se você quiser, posso passar horas conversando com você sobre a história do ensino da língua inglesa no Brasil – desde a chegada do rei D. João VI e sua côrte em 1808 até os dias de hoje.Jamais escrevo algo com dor de cotovelo, ao contrário de algumas pessoas – que sei quem são – e que se escondem atrás da alcunha de Anônimo aqui no blog. Fato que mostra que se trata de uma pessoa sem argumentos e que sabe pouco sobre o assunto no Brasil. Enfim, quem será que está mesmo com dor de cotovelo? Take care, pal!

  11. Excelente explicação, e tenho certeza que vc fala com propriedade pois é o que temos visto ao longo do seu blog e livros! Parabéns!O Anônimo aí é um analfabeto funcional, ele afirmou a mesma coisa que vc falou Denilson hehe… "Além do mais o curso é inteiro em inglês do início ao fim e o professores não falam português em aula".

  12. Por favor Denilson me tire uma duvida. Li seu artigo sobre Lexical Approach apesar de ser leigo no assunto, acho muito interessante. Trabalho em uma escola de idiomas Excellent Global. La a metodologia é focada no no speaking and listening , ou seja, o aluno aprende ingles do mesmo modo como aprendeu portugues. Esta metodologia seria ou se assemelharia ao Lexical Approach???abraço.

  13. Olá Paulo,A Abordagem Lexical prega, entre outras coisas, que o aprendizado de um segundo idioma deve sim se assemelhar, em alguns quesitos, com o aprendizado da língua-materna. No entanto, é difícil dizer assim, sem nenhuma análise profunda se a abordagem com a qual você trabalha é parecida com a Lexical. Mas sabemos que elas tem algo em comum. = )Abraços,Bruna.Curta o Inglês na Ponta da Língua no Facebook

  14. Paulo, vamos por partes! Primeiro eu gostaria de saber o que você já entendeu sobre a Lexical Approach? Assim, ficaria muito mais fácil de saber em que ponto continuar a conversar. Vários métodos e abordagens dizem focar no Speaking e Listening, mas geralmente o que fazem é totalmente avesso ao que podemos considerar como algo da Lexical Approach. Por exemplo, conheço escolas que pregam focar nessas duas habilidades. no entanto, quando lidam com atividades, que teoricamente servem para desenvolver o Speaking e o Listening, o subfoco – por assim dizer – está no uso correto da gramática (deixam a comunicação natural e a fluência um pouco de lado). Nelas o professor policia o aluno no que diz respeito ao uso das regras gramaticais, pronúncia correta das palavras, reconhecimento de estrutura gramaticais em textos, áudios, etc. Quando isso acontece a Lexical Approach está longe do método utilizado pela escola.A Lexical Approach procura trabalhar tudo em conjunto: gramática, vocabulário, pronúncia. A gramática é adquirida naturalmente e sem a necessidade de decorar termos gramaticais (tecnicismos e regras). Entra aqui o que chamamos de Gramática Natural, Gramática de Uso, Gramática Internalizada e outros nomes. O vocabulário deixa de ser visto como palavras isoladas e passamos a trabalhar com formulaic sequences (popularmente chamados de chunks of language). São vários os tipos de formulaic sequences e por meio deles os aprendizes adquirem a gramática de uso, desenvolvem a fluência e aprender a se comunicar naturalmente (escrever, ler, ouvir e falar flui com mais facilidades). A pronúncia deixa de ser minimalista. Ou seja, o professor não foca nos sons isolados (TH sound, por exemplo) e preza pela pronúncia das formulaic sequences por completo. Nós dizemos que a visão de ensino pregada pela Lexical Approach é mais holística.Enfim, há vários conceitos por trás disso tudo. Uma coisa curiosa que devemos notar sempre é que embora a Lexical Approach tenho o nome de abordagem, ela não é propriamente uma abordagem. Como eu disse, há muito o que ser dito. Logo, um simples comentário aqui não resolve o assunto por completo.Denilso de LimaCURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK

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