Uso do Português nas Aulas de Inglês

Como palestrante, especialista na área de ensino de língua inglesa, autor de livros, pesquisador, etc., muitas pessoas me perguntam o que eu penso a respeito do uso do português nas aulas de inglês. Muitas escolas de inglês proíbem veementemente o português na sala de aula. Mas, será que isso tem de ser assim mesmo tão proibido? Vejamos!

Assim como muitos outros autores e linguistas experts nesse assunto, eu sou totalmente contra o que a maioria das redes de ensino diz: em uma aula de inglês o professor deve falar apenas em inglês. Sou e sempre serei totalmente contra esta tese retrógrada e ultrapassada. Acredito piamente que a língua materna do aprendiz é, sem dúvida, o caminho mais rápido para que ele – o aprendiz – entenda algo. Isto significa que na hora do sufoco o professor não só pode como deve sim fazer uso da língua portuguesa.

Já presenciei aulas em algumas escolas onde o professor gastava cerca de 10 a 15 minutos do tempo de aula apenas para que os alunos entendessem algo que estava sendo ‘explicado‘ em inglês.

Geralmente, o aluno que capta a mensagem mais rapidamente e entende o que está sendo explicado acaba traduzindo para os demais o que o professor está dizendo. Isto me faz perguntar o seguinte: se os alunos podem traduzir, por que o professor não pode?

Geralmente, uma aula de inglês em uma escola de idiomas tem entre 1 hora a 1 hora e meia. Os professores reclamam que o tempo é curto demais para cumprirem o programa; porém, não percebem que gastam tempo considerável tentando explicar algo complexo em uma língua que os alunos ainda não compreendem 100%.

Outro fato interessante nisto é que os professores muitas vezes procuram explicar em inglês teorias gramaticais aos alunos. Outra pergunta: se já é difícil para nós – falantes nativos da língua portuguesa – entendermos a teoria gramatical da nossa própria língua imagine então ter de entender teoria gramatical de uma língua que estamos aprendendo e, pior, temos de nos virar para entender em inglês mesmo.

A maioria das escolas de idiomas do Brasil se vangloriam com slogans mercadológico do tipo:

[list type=”arrow2″]

  • “nossas aulas são 100% em inglês”
  • “desde o primeiro dia de aula, você só vai ouvir inglês na sala”
  • “desde o início seu professor só vai falar inglês com você”
[/list]

Cuidado com isso! Muita gente já perdeu a vontade de estudar inglês em escolas de idiomas por causa desta crença absurda e antiga. Atualmente, os especialistas no assunto (que raramente são ouvidos pelas escolas de idiomas de nosso país) têm percebido que o uso da língua materna dos alunos em sala de aula é válido e extremamente necessário. na aquisição de outra língua. Só pra você ter uma ideia até mesmo muitos livros [inclusive gramáticas] são hoje publicadas em versões bilíngues. Fazem isso para facilitar a vida de quem quer aprender inglês.

Um exemplo de gramática que segue a linha bilíngue é a famosíssima “Essential Grammar in Use” de Raymond Murphy, que tem uma edição em português. Na capa lemos: “Essential Grammar in Use » Gramática Básica da Língua Inglesa – com respostas“. Que progresso, hein? Enquanto as grandes editoras seguem esta linha de raciocínio as grandes escolas de idiomas no Brasil preferem continuar no método arcaico.

Portanto, queridos leitores não se assustem ao encontrar uma escola ou outra na qual a língua portuguesa é utilizada em sala de aula. Não se assustem se manusearem o livro do curso de inglês e nele contiver algumas coisas em português. Do ponto de vista dos cientistas em aquisição de segunda língua isto é totalmente necessário e eficaz. Para nós isto é um progresso e não um retrocesso!

See you! Take care!

35 Comentários

  1. Denilso belo artigo ! Isso é grande conflito na escola onde estudando. Eu dificilmente consigo compreender algo que professor explica em inglês. Segundo os professores da instituição onde estou estudando, se não ouvir inglês nunca acostumará com a língua. O que vc me diz disso ?Eduardo

  2. Olá Denilso,Infelizmente grande parte das escolas escolhem esta abordagem de que você tem que estar inserido dentro do idioma para aprende-lo. Para alguns é benéfico, para outros nem tanto. Numa sala de aula de 10 pessoas temos pessoas de diferentes idades, sexo, cultura e estudo. Cada uma com características próprias que foram adquiridas em anos de vivência. Com rítmos de aprendizagem e objetivos diferentes. Mas uma grande parte da não consegue enxergar isso e impoe seu método "revolucionário" que lhe dará retorno em 6, 12 ou 18 meses. Isso acaba acaba assustando muita gente e auxilia ( não é o único nem principal fator ) com que muitos desistam de estudar.Tenho um tio que ficou 6 anos nos EUA trabalhando e aprendeu apenas algumas palavras no dia-a-dia. Ele foi em uma escola lá que era própria para estrangeiros. Desde o primeiro dia a idéia é que só se falaria inglês. Ele logo desistiu, pois uma pessoa com 50 anos que não estudou muito aqui no Brasil tem algumas limitações devido a tempo disponível e idade. Não que pessoas mais velhas não aprendem, mas a grande maioria tem uma certa dificuldade com o passar dos anos. Isso acontece com a grande maioria da população. É muito mais fácil uma criança de 5 anos começar aprender inglês de forma natural em 5 anos estar falando muito bem do que eu que preciso tirar o tempo perdido. Como dizia o ditado "É difícil ensinar truques novos a macacos velhos".Voltando ao assunto, já vi escolas em que aquelas salas de multimídia tinha uma TV com um filme passando puramente em inglês sem legendas. Como as pessoas que estavam lá eram iniciantes a maioria ficou "boiando" e entendiam apenas algumas palavras cognatas.Enfim, cada escola tem uma abordagem e são muitas disponíveis cabe ao aluno buscar algo que melhor ele se adapte.Abraços,

  3. Concordo com o uso do português em sala de aula, porém somente de uma forma: através de uma abordagem atencipada do que será visto nas lições(isso é opinião de linguistas). Não usando "concurrent translation" ou seja, tradução simultânea. Quando um professor usa essa metologia, está conmdicionando o aluno a focar numa coisa que ele já entende(a palavra em português) e automaticamente esqueçer a palavra em inglês. Isso é provado: se quiserem ouvir de um estudioso, aqui está o link de uma palestra dada pelo mesmo <a href="http://:http://www.eslpod.com/eslpod_blog/teachers-page/:http://www.eslpod.com/eslpod_blog/teachers-page/<br />O problema é que ela é toda em inglÊs. ]Farei um resumo: A palestra aborda como a tecnologia, especialmente referente ao uso dos ipods, pode mudar o ensino de idiomas no mundo.O palestrande também aborda métodos de aprendizado testados cientificamente. Explica como o professor pode usar(se quiser usar) a língua materna de forma a proporcionar benefícios aos estudantes. È bastante claro quanto ao uso da tradução simultânea:o mais ineficiente dos métodos,segundo pesquisas citadas na própria palestra. Explica como deve ser a conduta de um professor de língua estrangeira, quais recursos pode usar para imergir o aluno na língua(ex: gestos,entonação,exemplos, figuras), o que se deve fazer para melhorar a fluência,… Se querem aprender um idioma, se esforçem e trabalhem pelo aperfeiçoamento de si próprios, pois caminhos fáceis(como a tradução simultânea) levam á "acomodação" cerebral e não produzem resultados satisfatórios. Dados do grupo criador da palestra citada a alguns parágrafos acima, no link <a href="http://:http://www.eslpod.com/eslpod_blog/about-us/:http://www.eslpod.com/eslpod_blog/about-us/<br /> Para quem têm dificuldades em entender inglês, aqui vai um resumo: O grupo criador da palestra é formado por um time de experientes professores de inglês, com mais de trinta anos de experiência na área de ensino de idiomas. Os cordenadores, dr Tse e dr Machmillian, possuem PHD em linguística aplicada e educação da universidade do sul da califórnia. Ambos ensinaram em faculdades renomeadas na área de linguística aplicada. Atualmente são pesquisadores do centro de desenvolvimento educacional(center for educational development). última coisa: baixem a palestra e se não entenderem peçam para alguém fluente comprovar o resumo que eu fiz delas. Discordo da opinião do articulista.

  4. Dear Uemerson, vamos lá!Fico feliz que você concorda com o uso do português em sala de aula! Só não entendi o que você quis dizer no final “Discordo da opinião do articulista”. Afinal, você concorda ou discorda da opinião expressa?A opinião – minha – é que o português deve ser usado em sala de aula nos momentos de sufoco. Sabe aqueles momentos em que os alunos não compreendem bulhufas do que o professor está dizendo? Quando a explicação é cansativa, demorada e tudo o que o Teacher fala mais complica do que explica? É neste momento que defendo o uso do português. Sou a favor daquilo que nós linguistas e pesquisadores na área chamamos de “semantic equivalence” [equivalência semântica]. Por exemplo, como você acha que um professor explicará aos alunos expressões como “by the way”, “upside down”, “foregone conclusion”, “long time no see”, “rancid butter”, “once upon a time”, “be that as it may” e muitas outras? Procure explicar isto em inglês para aprendizes de inglês! Caso você não conheça todas as expressões, imagino que seu próprio cérebro está louco pedindo por uma tradução.Imagine explicar teoria gramatical a alunos que não entendem teoria gramatical nem mesmo na língua deles [português no nosso caso].O papel do professor é simplificar o aprendizado dos alunos e não complicar! Por isto o uso do português em sala de aula é mais do que válido! Ao dar uma expressão como “long time no see” e fornecer a equivalência semântica o professor está resolvendo muitos futuros problemas. Cabe, portanto, ao professor fazer com que o aluno tenha vários reencontros com esta expressão, para que o cérebro do aluno acostume-se com ela. Cabe também ao aluno o papel de praticar e reconhecer esta expressão sempre que possível. [Este assunto é longo! Então, paro por aqui.]A opinião de linguistas aplicados, neurolinguistas aplicados, linguistas da área de aquisição lexical e muitos outros profissionais da área vai além do que estes senhores citados por você diz. Para começo de conversa, os renomados pesquisadores da palestra que você citou não são nomes reconhecidos no mundo de ensino de idiomas como língua estrangeira. Ou seja, não há publicações relevantes e de peso dos mesmos em nenhum dos grandes periódicos voltados para profissionais de ensino de idiomas.Veja bem: a Dra. Lucy Tse e o Dr. Jeff McQuillan são altamente qualificados em Second Language Acquistion (Aquisição de Segunda Língua) o que difere completamente da nossa realidade que é Foreign Language Acquisition (Aquisição de Língua Estrangeira).Qual a diferença? Os dois renomados colegas que você cita são especialistas no ensino de língua inglesa dentro dos EUA, onde os alunos de escolas regulares são filhos de imigrantes que vão morar por lá. Ou seja, estas crianças precisam aprender inglês dentro de um país onde o inglês é falado. Elas precisam aprender inglês como uma segunda língua.No nosso caso, ensinamos o inglês como língua estrangeira. Ou seja, língua que não é falada em nosso país! Aqui no Brasil falamos português; o inglês é, portanto, uma língua estrangeira. Logo, ensinamos inglês como língua estrangeira.Os dois cientistas por você citados ao defenderem suas teses falam de uma perspectiva completamente diferente da nossa. Eles estão lidando com crianças que vivem cercadas por um universo que só se comunica em inglês. Enquanto, aqui no Brasil o caso é outro.Os exemplos e sugestões dadas na palestra referem-se ao professores que ensinam inglês como segunda língua e não inglês como língua estrangeira [nosso caso]. Linguistas e pesquisadores na área de ensino de idiomas como língua estrangeira defendem piamente o uso da língua materna como recurso eficiente de ensino. Claro que deve ser usado de forma diferenciada da “tradução simultânea”, citada por você.Bom, o articulista do texto acima – no caso eu – é linguista, trabalha com ensino de inglês como língua estrangeira há mais de 10 anos, tem livros e artigos publicados na área, dá treinamentos e workshops a professores de inglês por todo o Brasil, trabalha como consultor pedagógico para várias escolas de inglês e muito mais. Ou seja, o articulista em questão sabe muito bem do que está falando. Escreveu o que escreveu como profundo conhecedor do tema e não apenas como mero espectador ou blogueiro querendo fazer barulho.Thanks!

  5. Deleon,Caro Denilson,Acompanho seu blog e os seus e-mails me ajudam muito, mas venho aqui para demostrar a minha opiniao, e quando digo a minha opiniao o faco porque nao quero que ninguem se sinta ofendido. Entao vamos aos fatos… Sou Analista de Rede de Computadores no Brasil e precisava urgentemente melhorar meu Ingles, sendo assim decidi fazer intercambio porque das escolas e professores particulares que procurei ajuda, nao senti significantes melhores nisso. Sendo assim, nessa minha experiencia que estou tendo no exterior, posso dizer com certa afirmacao que aulas somente em Ingles realmente ajudam muito, concordo que o fato de poder fugir para a lingua nativa eh com certeza uma boa ferramenta, porem, em 10 meses falando somente em Ingles na aula como estou no momento, me valeram mais do que 3 anos de estudo de Ingles no Brasil. Mas como disse, esse eh o meu ponto de vista, como voce mesmo jah comentou no blog, cada um tem uma maneira diferente de aprender Ingles.Espero ter contribuido de alguma forma.All the best, Deleon Silva.

  6. Hey Deleon,Thanks for commenting here! Sua opinião tem vez! Por isto publiquei!Bom, o seu caso é o memos que citei acima! Você está inserindo dentro do país onde a língua inglesa é falada! Ou seja, você está aí aprendendo inglês como Segunda Língua. Creio que seu cérebro, durante este período, fez muitas associações [na marra] do que aprendia em inglês com o seu português já adquirido. De uma forma ou de outra, você certamente pensou em português.Sua motivação é diferente da de muitos outros. Você decidiu e percebeu a falta que o inglês fazia na sua carreira profissional e então – kaboom – the thing happened!Cada caso é um caso! Mas o uso da língua materna do aluno acontece de uma forma ou de outra – seja por parte do professor ou do próprio aluno!Take care! And good luck in there!

  7. Oi, Denilson! Sou professora de inglês e CONCORDO PLENAMENTE com todas as suas colocações. E o pior é ver que são poucas as pessoas que pensam como nós. No caso do Deleon, o que posso dizer é o que fez o aprendizado de inglês ser mais rápido no exterior, certamente não foi o fato de falar meses apenas em inglês NA AULA, mas sim o fato de estar exposto à língua TODA HORA, FORA DA SALA tmb. É exatamente o que vc disse sobre a diferença entre aprender uma língua estrangeira aqui ou no país de origem.Queria saber se você poderia me indicar bibliografia científica a respeito.Thanks.Dayane

  8. QUE ALÍVIO! Dou aulas para iniciantes, e explico tudo em português. Quando eles compreendem, uso um tempo da aula para praticarmos. Faço perguntas em inglês ou os estimulo a perguntar aos colegas. O resultado é muito bom. Os alunos OUVEM, PENSAM e RESPONDEM em Inglês. Obrigado, Denilso.

  9. Olá Denilson,Primeiramente gostaria de agradecer-lhe pelo excelente trabalho realizado, ensinando a língua inglesa a tantas pessoas, de forma claro e objetiva.A respeito do post em tela, também concordo plenamente com suas palavras. Tenho 51 anos de idade e no início deste ano resolvi, finalmente, frequentar uma escola de línguas. Apesar do pouco tempo de aprendizado, já pude conviver com algumas situações semelhantes às citadas por você, como por exemplo, entender que "cul-de-sac" significa um "beco-sem-saída". Apesar de todo malabarismo e competência do professor. Só quando cheguei em casa e consultei um dicionário pude entender do que se tratava.Imagina se todo teu site fosse escrito apenas em inglês?? Não se discute, claro, a questão da tradução literal, mas sim o uso do português (nosso caso) como sendo mais uma ferramenta que auxilie o aluno na compreensão de determinadas situações.Parabéns pelo post!

  10. HI Denilso!Sou professora de inglês e concordo em gênero, número e grau com você! Imagine a situação ainda de uma escola de Inglês onde os alunos chegam inclusive com deficiência em identificar a gramática básica do nosso País…como…sujeito da oração…advérbios de frequência….Nem todos os alunos de um idioma estrangeiro podem se dar ao luxo de sentar e ouvir uma aula inteira explicando advérbios, collocations e etc, sem o uso do português. Não tenho 1/3 de sua formação..mas isso me parece muito óbvio…quase que por intuição…. Enfim.. That's it!!! Parabéns por mais este post!!!!

  11. Hi there!Galera, trabalho com ensino de Lingua Inglesa há mais de 8 anos.Sou formado em Letras e coordenador de curso de idiomas. Já passei por varias escolas,conheci varias abordagens metodológicas e hoje falo com propriedade. O uso do Português em sala de aula nao deve ser descartado, concordo que é um instrumento poderoso para aquisição de uma segunda lingua, mas quando este nao é usado de maneira correta, deparamo-nos entao com um grande problema. Tabalhei em algumas escolas onde o uso do Portugues era atrelado ao ensino de Inglês, e atesto com certeza que foi uma das piores experiencias profissionais da minha vida. Nao havia desenvolvimento no processo, os alunos levavam tempo para criar uma estrutura , por mais simploria que essa fosse. É como se o aluno entendesse que a lingua Inglesa existisse por causa do Portugues, tranformando-a em uma sub-lingua.Para o aluno o sistema linguistico da Lingua Inglesa funciona dentro da lingua portuguesa. Para os alunos, um nao existia sem o outro. O resultado disso, varios alunos com deficiencia no aprendizado. Muitos desses alunos, preguiçosos, esperando o professor explicar a materia em Portugues, afinal, é muito mais confortável…Eu defendo o uso do Portugues em casos onde só a tradução dá conta do recado. E sou contra o uso do Portugues como "valvula de escape", uma vez que esse "escape" pode levar o aluno a um caminho muito mais longo para aquisição de uma segunda lingua. Os alunos devem ser encorajados a descobrir um novo universo lingustico, participar das ações interacionais que dele emergem e nao apenas assistir como mero expectador. Take care you too!!!Junior

  12. Concordo com você de vez em quando a língua Portuguesa é necessária para que o aluno entenda melhor o conteúdo.

  13. Concordo com o uso da língua inglesa na sala de aula, mas creio que algumas vezes ela extrapola. E o uso deve variar de acordo com o nível do aluno claro, uma coisa aqui e ali em português é essencial. Eu uso um dicionário bilíngue e um monolíngue e consigo entender algumas coisas, mas depois de entender dou uma checada se tem a palavra no bilíngue e vejo se meu pensamento estava certo. Tenho de me acostumar a técnica já que existiram palavras que eu não vou encontrar tradução e eu vou precisar saber o que ela significa em inglês. Se trata de técnica e dependendo do aluno as aulas podem englobar mais o uso da língua na sala de aula e deixar de lado o português, o que pode ser útil para se "pensar em inglês".

  14. Olá prodessor Denilson,Farei uma prova neste domingo para professor de inglês do Governo do DF. Há no edital a conbrança do assunto Ensino-aprendizadem da Língua Inglesa. Gostaria de saber se você conhece alguma bibliografia a respeito desse assunto ou se possui alguma dica. Obrigada. Lucieneluregner@hotmail.com

  15. Discordo. Gramática deve ser ensinada ao aluno já compreende 100% do que escuta e é capaz de estabelecar comunicação. Se ele não sabe inglês, é inútil entender pq uma frase é formada de um jeito ou de outro em inglês.. Não adianta arrumar métodos alternativos para empurrar gramática em um aluno que já possui uma deficiência que deveria estar sendo trabalhada.Mesma coisa se aplica em qualquer idioma. Como vou iniciar meu estudo de japonês através de gramática, se eu não tenho vocabulário ou experiência com o novo idioma para aplicar as regras aprendidas?Ou esqueço ou decoro. E decorar não é aprender.

  16. Se voce for aos Estados Unidos aprender Ingles, as aulas serão dadas em Portugues ou Ingles? Minha sobrinha foi para la fazer High school e quando voltou ao Brasil, conseguiu emprego como professora de Ingles. Sera que as aulas que foram dadas 100% em Ingles atrapalharam ou ajudaram na a aprender Ingles?

  17. Ao Anônimo que escreveu acima: "Se voce for aos Estados Unidos aprender Ingles, as aulas serão dadas em Portugues ou Ingles? Minha sobrinha foi para la fazer High school e quando voltou ao Brasil, conseguiu emprego como professora de Ingles. Sera que as aulas que foram dadas 100% em Ingles atrapalharam ou ajudaram na a aprender Ingles?".Responderei em partes para ficar mais claro:1. "Se voce for aos Estados Unidos aprender Ingles, as aulas serão dadas em Portugues ou Ingles? Minha sobrinha foi para la fazer High school…"Sua sobrinha não foi lá aprender inglês, ela foi lá fazer High School. Ou seja, se ela não tivesse algum conhecimento de inglês, jamais teria conseguido uma vaga para fazer High School lá. Ou seja, antes de chegar lá, ela já sabia muita coisa de inglês.2. "e quando voltou ao Brasil, conseguiu emprego como professora de Ingles."Que lástima! Isso só prova que a escola na qual ela trabalha não preza pela qualidade profissional de seus professores. Afinal, morar em um país e ser capaz de falar a língua estrangeira não é sinal de que a pessoa é Professor de Inglês. Esta certamente é mais uma daquelas escolinhas que enganam alunos, professores, pais e a si mesmos. Portanto, não serve como parâmetro para discussões pedagógica e no nível pretendido na discussão acima.3. "Sera que as aulas que foram dadas 100% em Ingles atrapalharam ou ajudaram na a aprender Ingles?"As aulas ministradas 100% em inglês para sua sobrinha ajudaram a solidificar o conhecimento que ela já tinha da língua inglesa. No entanto, tenho absoluta certeza que ela teve dificuldades e muitas vezes recorreu à língua portuguesa para compreender determinadas assuntos e até mesmo para compreender algumas coisas que em inglês ela não entendia ou entenderia. Ou seja, mesmo a aula sendo 100% em inglês não a ajudava a compreender conceitos e teorias. Além disso, tenho plena certeza que sua sobrinha teve dificuldades quando começou a dar aulas. Isso porque ela usava a língua de modo natural e muita coisa de gramática, que as escolas exigem, ela teve de correr atrás e aprender. Certamente, ela usou o português novamente como forma de comparar o que ocorria em cada língua.Espero ter deixado tudo muito claro.

  18. Olá Denilson Concordo plenamente com tudo que você falou no post….e tenho uma experiência não muito boa na escola que trabalhei. Fui mandada embora e soube tempo depois que a coordenadora disse aos meus ex-alunos que eu fui demitida porque falava muito em portugues, e traduzia muito para os alunos. Essa infelizmente é a mentalidade de muitos coordenadores….. Estou feliz agora porque estou em uma outra escola (muito melhor que a anterior) e uso muita coisa que aprendo com você no seu blog! Obrigada por existir! Te admiro muuuuuuuuito!

  19. "[…] morar em um país e ser capaz de falar a língua estrangeira não é sinal de que a pessoa é Professor de Inglês. Esta certamente é mais uma daquelas escolinhas que enganam alunos, professores, pais e a si mesmos.".Denilson, essa é a realidade da maioria das escolas (e de aulas particulares).Experimente ter aulas de espanhol. Provavelmente, o seu "professor" será um nativo sem nenhuma formação específica.Mas os alunos acreditam que o fato de ser nativo (ou brasileiro que morou "x" anos no exterior) é suficiente para se ser professor.

  20. Quando aprendi inglês nos anos 70, em escola particular, fui muito exposto à gramática para dominar a estrutura da língua, e muita repetição de modelos com exercícios de substituição. Também usávamos muita tradução. Não havia recursos de áudio como hoje e nem sonhávamos com internet. Aulas de "conversação" só ocorreria no término do curso básico, no próximo estágio! Assim, o que eu podia fazer era consultar livros na biblioteca pública. Assim, pela necessidade do idoma no trabalho aliado a meu próprio desejo de aprender, procurei me dedicar ao máximo no aprendizado, fazendo uso do que estava ao meu alcance, na maior parte, música e livros. Até mesmo filmes eram raridade na época, já que somente nos anos 80 se popularizou o video-cassete, com filmes legendados. Apenas hoje, como DVD pode-se "ouvir e ler" direto em inglês. Assim, uma boa dose de determinação e disciplina pode ajudar, e muito, na aquisição do idioma, sem estar imerso num ambiente onde se fala inglês o tempo todo (ou em todas atividades). Farei uma analogia: Quando fui ao Japão, quase não falava nada de japonês e achava que morando lá, "imerso" num ambiente onde se ouvia japonês o tempo todo e em todo local, eu absorveria a língua sem muito esforço. Grande engano! Ficava muito tempo no trabalho e chegando em casa gastava tempo cuidando de meus afazeres que a socialização com o povo japonês ficou muito reduzida, impedindo a aquisição natural da língua. Ver TV, ouvir rádio, por ex., não ajudava muito, pois eu não entendia quase nada e era frustrante! Frequentei por algum tempo uns cursos de japonês e, surprise!!! Também fazem uso dos dois idiomas no processo. A professora era nativa (japonesa), mas viveu cinco anos no Brasil e falava razoavelmente o português, assim, ela podia "traduzir" o sentido do que dizia para nós quando não entendíamos algo. Obviamente, ela procurava usar o máximo de japonês possível, usando gestos, ilustrações e comparações. Também não escrevíamos muito, pois o foco era a oralidade. E o sistema japonês é muito difícil (quase 2000 símbolos [letras]) e isso é uma questão à parte. Estuda-se em separado! Cheguei a fazer um pouco do Kumon, onde você pratica em casa a estrutura, vocabulário e escrita; depois marca aula presencial para "conversação" com professor nativo.Resumindo, a combinação de processos numa aula pode ser muito útil ao aluno, já que num grupo cada indivíduo terá sua própria forma de aprender. Atualmente, sendo professor, procuro mesclar tudo na aula, fazendo uso de tradução como último recurso, não tomando tempo demais para ensinar um vocábulo novo (deve-se preparar com antecedência ilustrações ou objetos [ou fotos]). Uma aula áudio-visual é muito útil, em vez de apenas apostilas "chatas" sem ilustrações. Trabalhar a oralidade em sala primeiro. Deixar a fase escrita para casa (onde o aluno terá o tempo que precisar). Fazer uso de música, vídeos curtos, internet chats, video-conferências, etc. E, por fim, delegar tarefas. Pedir que a cada aula, um aluno tente apresentar algo para o grupo, como se estivesse dando uma mini-aula… Afinal, ele não pode ser apenas uma pessoa passiva no aprendizado e quer/precisa ser desafiado!Abraços, Prof. Kazuo

  21. olá, Denilson – por gentileza peço que me envie algum texto que relate objetivamente, mais claramente para um leigo, algum estudo das diferenças das gramática da língua portuguesa em relação à gramática inglesa. Porque eu queria ter uma idéia objetiva das duas estruturas comparadas, entende? Peço-lhe este favor e também de quem puder ler este comentário. Favor enviar para: kpessoacam@hotmail.comAgradeço-lhes!!!Abraços a todos!

  22. ola Denilson, agradeco em primeiro lugar pelas dicas que esta me dando, moro na Inglaterra faz 3 anos, convivo e trabalho com Brasileiros, quer saber se saber se falo bem o ingles? rsrsrsrsr, nem precisa dizer né? os ingleses com quem trabalho, parece que tem uma batata em chamas dentro da boca rsrsrsrsr eles falam um maldito dialeto ( bristolian) que nem eles mesmo se entendem, li acima que uma crianca aporende mais rapido que um adulto de 40 a 50 anos, é pura verdade, conheco uma garotinha de 8 a 10 anos com menos de 1 ano ja ta mandando ver no ingles e Bristolian (BRISTOL) andei frequentando aulas 2 vezes por semana (duas horas cada dia) e so se falava ingles, eu entrava boiando e saia afogado rsrsrsr nao entendia praticamente nada, desisti, infelizmente, espero retornar ao brasil e aprender o ingles, nao tenho pressa, obrigado e continue com seu trabalho, nao de ouvidos a blogueiros, alguns precisam ate aprender a escrever em portugues.

  23. Há um erro de português nesse texto. O certo é "contiver" e não conter.Último parágrafo do artigo.

  24. Com todo respeito eu defendo esse metodo arcaico para minha pessoa, por que eu realmente aprendo melhor com a aula em 100% inglês, e eu não quero que o professor pare pra traduzir tudo que ele falar em aula.. As pessoas que nascem em um país que se fala inglês, tais não possuem tradução, ela aprende a palavra pelo objeto ou forma de expressão corporal. Quando convivemos com pessoas que só falam inglês, nós aprendemos as expressões e as palavras querendo ou não. Esse negócio de "facilitar" não é comigo. Mas isso é uma OPINIÃO minha.

  25. Meu caro,Essa questão de falar ou não na língua portuguesa é algo que exige bastante discursão. Entendo seu ponto de vista e o respeito, porem, vejo que o uso de língua materna pode até ser aplicado em sala de aula, mas nesse caso, entendo que você só teve a experiência de ensinar ao publico que tinha o domínio de uma mesma língua materna: português. Como fazer no caso de existirem turmas cujos alunos são japoneses, espanhóis, gregos e assim por diante, ou seja, todos têm uma língua materna diferente? Acredito que a língua portuguesa, no caso de alunos brasileiros e/ou portugueses, por exemplo, pode ser utilizada até mesmo para minimizar ou usar de forma mais inteligente o tempo de sala de aula. O problema é que alguns alunos se sentem mais a vontade do que deveriam e acabam exagerando no uso do idioma materno. Em minha opinião, um erro gigante.bruno_coriolano@hotmail.com

  26. Concordo plenamente que é necessário usar português num curso de inglês para iniciantes. É até bom ter o mesmo texto primeiro em português e depois em inglês. Isto para ter a idéia geral do assunto antes de começar estudar o texto em inglês. Podemos até questionar se as escolas de idiomas internacionais pensam que perdem lucro traduzindo o material didático para a língua materna.

  27. Bruno, No caso citado por você entra em cena outra discussão: a diferença entre ESL e EFL. O cenário que você descreve é diferente e, nesse caso, são necessárias estratégias diferenciadas por parte dos professores e da escola. Talvez seja por isso que escolas nos EUA, Inglaterra, Dublin, etc., preferem deixar alunos de mesmas regiões (ou línguas semelhantes) em uma só sala de aula.A casos e casos! =]

  28. Na verdade que gostaria de deixar claro que cada aluno tem uma forma diferente de assimilar o conteúdo. O que defendo é que em cursos de línguas, devemos fazer uso do idioma alvo. Não sou contra a tradução ou uso da língua materna quando necessário para dá continuidade e ritmo na aula, mas acredito que fazer uso do idioma estrangeiro vai proporcionar ao alunado maior segurança no ensino devido ao contato com a língua algo. É só estudar um pouco dos métodos em:• BROWN, H. D. Teaching by principles: an interactive approach to language pedagogy. 3rd. Edition. New York: Pearson, 2007.• ELLIS, R. Second language acquisition. Oxford: Oxford University Press.1985. • HARMER. Jeremy. How to teach English: an introduction to the practice of English language teaching. Pearson. 2003. • NUMAN, David; CARTER, Ronaldo. The Cambridge guide to Teaching English to Speakers of Other Languages. Cambridge: Cambridge University Press. 2004.Qualquer leitura dessa poderá fazê-lo entender melhor o que estou dizendo. Não queremos alunos alienados achando que não podem falar o idioma nativo, mas fazer com que eles tenham bastante tempo para ficar em contato com o idioma ajuda a quebrar alguns mitos que “professores ruins” e “escolas mal coordenadas” ajudam a implantar nos nossos aprendizes. Para findar essa minha participação no seu blog, digo que precisamos ouvir os alunos, os pesquisadores e a experiência dos professores de idiomas. É uma discursão longa, porém benéfica.

  29. Denilso, infelizmente discordo completamente de vc. Eu aprendi inglês apenas falando inglês, em um ano e meio aqui no Brasil. Não farei propagando aqui da escola. Depois fui pra Londres e tive uma dificuldade normal e gostosa por causa principalmente do sotaque e da falta de fluência. Muitas vezes me via pensando em inglês andando na rua e isso foi maravilhoso. Antes desta escola passei por outras 2 que foi jogar dinheiro no lixo. Muitas vezes eu procurava em casa o significado de um palavra ou outra. Assim como acontece quando eu ouço um juiz brasileiro falando e não entendo todas as palavras. Bobo daquele professor que quer explicar tudo. Tem uma ferramenta básica para isso: "o importante é entender o contexto." Abraços!!!

  30. Artigo lúcido e equilibrado. É preciso romper com o tabu de "só falar em inglês" na aula de Inglês para brasileiros iniciantes, principalmente, o que não quer dizer que o professor vai traduzir o tempo todo, como alguns comentaram. Parabéns pelo blog!

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