Professor de Inglês Nativo ou Professor de Inglês Não-Nativo?

Quem é o melhor professor de inglês: o falante nativo de inglês ou o não-falante nativo? Será que um falante nativo de inglês é mesmo melhor que um professor não-nativo falante de português? Afinal, o que dizem os especialistas sobre a eterna briga entre professor nativo e não-nativo?

Para começar esse assunto, volto a um artigo já publicado aqui neste blog com o título Quem é o melhor professor de inglês? Nativo ou Não-nativo?, publicado em 2009.

No artigo, cito a resposta do linguista britânico David Graddol que em entrevista ao G1 afirmou o seguinte:

O melhor professor é aquele que fala a língua materna de quem está aprendendo o idioma. Também é preciso ser altamente capacitado e ter um ótimo domínio do idioma, claro.”

O linguista – falante nativo do inglês – repetiu aquilo que todo verdadeiro profissional da área de ensino de língua inglesa já sabe: ser falante nativo de um idioma não significa ser ou estar preparado para ensinar o idioma.

Para entender isso, basta pensar na seguinte situação: um grupo de estrangeiros quer aprender português, como você fala português desde criança (é falante nativo da língua) esse grupo quer que você dê aulas de português a eles. Você se considera capacitado a ensinar sua língua materna a esse grupo?

Se você não tive caráter, bom senso e juízo na cabeça, vai dizer que não está preparado para dar aulas de português. Afinal, você não tem a qualificação mínima para isso. Você nem ao menos sabe o que ensinar e quais os processos para ajudar um grupo de pessoas a aprender a língua que você desde criança.

Portanto, o simples fato de falar português não torna você um professor de português.

Graças ao comercial televisivo de uma escola de inglês online (Open English) o tema voltou com força. No comercial, nota-se uma comparação nada agradável. De um lado, temos um sujeito com cara de otário que tem aulas com uma professora de inglês não-nativa e que aprendeu a língua na Argentina. Do outro lado, um sujeito boa pinta, bem descolado e que tem aulas de inglês online com uma professora nativa, uma californiana.

Note também a diferença entre as professoras e os alunos!

O comercial já rola na TV fechada faz algum tempo, mas agora chegou à TV aberta. E assim, começou no Facebook e Twitter uma campanha contra o comercial e a tal escola. Vários professores de língua inglesa estão indignados. Afinal, ele toca justamente nesse ponto.

Profissionais de ensino de língua inglesa bem capacitados e preparados que não são falantes nativos  tomaram o comercial como uma ofensa. [Por determinação do CEO da escola, o vídeo foi retirado do canal oficial deles e um pedido formal de desculpas foi publicado no site deles.]

Eu confesso que o comercial é extremamente infeliz na comparação. A primeira vez que o vi, meses atrás, não gostei. Achei de muito mau gosto.  

Porém, entendo que comercial foi feito para o público em geral. Logo, esse público pode ver o comercial de uma forma diferente. Afinal, o público sempre acha que o falante nativo é o melhor professor, tenha ele as habilidades e conhecimento para ensinar ou não.

Assim, aproveito o assunto para saber sua opinião. Se tiver um tempinho responda a essas perguntas na área de comentários abaixo: Você prefere ter aulas com um falante nativo ou com um falante não-nativo? O que faz você optar por um ou outro? Como você avalia um professor de inglês? O que você espera de um professor de inglês?

21 Comentários

  1. Bom, falarei como aluna e professora:é legal ter a experiencia de ter aula com um professor nativo. A pegada da aula é diferente. Porém, somente quando já se está no nível mais avançado. Para iniciante, não é legal. Como aluno, sempre vamos nos referir a lingua-mãe. Vamos tentar usar aquilo ao pé da letra e o nativo não entenderá.Se entender, não verá lógica naquilo. A comunicação com o professor que não é nativo e o aluno, flui muito mais. O professor entenderá melhor o que o aluno quer dizer e o ajudará de forma mais eficiente. E de fato isso mexe muito com a motivação da pessoa que está aprendendo. Quanto ao comercial: realmente eles foram bastante infelizes!

  2. Concordo com você Denilson, o comercial é realmente ofensivo. Na minha opinião, qualquer empresa que queria fazer seu comercial, em cima de ofender ou menosprezar o concorrente, ja perde pontos e credibilidade para mim. Um abraço!

  3. Que horror!Eu sou brasileira e dou aulas de inglês há 4 anos e NUNCA morei fora. Trabalho numa escola de inglês onde a dona morou fora por 15 anos, mas não contrata nativo de forma alguma, a não ser que ele domine o idioma a ponto de saber dar uma aula. Pois ela pensa como você: não adianta ser nativo do idioma, se não sabe explicar coisas simples de como utilizar ou não utilizar o idioma.Eu nasci no Brasil e não sei muito sobre o português, tanto, que agora eu estou fazendo outra faculdade e de português! Por quê? Porque quero saber um pouco mais sobre o meu idioma. Não tenho capacidade de dar aulas de língua portuguesa só porque nasci no Brasil.Que pensamento pequeno dessa escola ai! Muito triste ver como caracterizaram a professora que foi estudar na Argentina.Que horror! Já vejo que nós professores de inglês não somos muito valorizados. Ganhamos pouco e nem sempre a escola nos paga condução e alimentação. Eu tenho que ter alunos particulares para compensar o salário baixo que ganho na escola, e agora vem um comercial desses????? É aí que podemos perder mais o respeito ainda.Triste mesmo.

  4. Vi o comercial na TV fechada e também achei de mau gosto! Ser ou não nativo, na minha opinião, não significa nada! Se o professor não tiver didática, o quê é muito importante, desanima o aluno e fica difícil aprender! E didática independe de nacionalidade! Também posso falar baseada em experiência, tive aula com um professor brasileiro maravilhoso! Pena que não pude continuar e até hoje foi o melhor professor que já tive de inglês! Ele aprendeu com nativos e já viajou para África onde ficou um mês. Apesar dele ser brasileiro é muito esforçado, realmente se preocupa com seus alunos, tratando das dificuldades individualmente! Isso é ótimo e portanto, existem mais critérios a serem considerados do que somente a nacionalidade do professor! O mais importante, na minha opinião, é o método, a didática e o profissionalismo do professor, que deve ter a consciência de se reciclar sempre!

  5. Parabéns, Denilso! Eu tenho tentado divulgar o caso mas sou ignorada. A questão no nosso ponto de vista é um pouco mais séria: o aluno de escola de idioma é mostrado como uma pessoa mais feia, mais fora de moda e menos inteligente que o outro, e o fato de se deslocar até uma escola, é ridicularizado. O esforço de estudar, passar anos gastando dinheiro que tem que ser tirado de despesas pessoais, fazer sacrifícios pessoais e financeiros para se conseguir certificados de proficiência, viagens e cursos é visto como inútil por estes ''profissionais''. Uma amiga de Curitiba diz que desde que começou a se divulgar este vídeo debochando das professoras, eles mal conseguem andar na rua, tamanho o deboche de alunos, conhecidos e vizinhos.

  6. Vendo o comercial realmente deixa entender que professores não-nativos são ruins e nativos melhores. Mas eu acho que foi pelo fato de ser um curso online, ai eles queriam dizer que você pode aprender com um falante nativo direto pelo computador. Mas de qualquer forma eu achei desnecessario retrata professores não-nativos deste jeito.

  7. Eu acredito que pelo menos nos primeiros anos de aprendizagem de qualquer língua diferente de sua língua materna, a orientação de um professor não-nativo é primordial e essencial. A sua língua materna deve servir como ponte para o aprendizado de uma outra língua. Se o professor souber orientar o aluno corretamente, o aprendizado pode ser muito mais rápido do que simplesmente colocar o aluno dentro da sala de aula com um nativo, com pouca experiência de ensino. Um professor nativo é otimo quando o Aluno já possui uma desenvoltura no Idioma, e sabe utilizá-lo por contra própria, andar com as próprias pernas sem traduções. Neste contexto o nativo é insuperável.

  8. Olá Denilso! Muito pertinente o port!Sou estudante self-taught de Inglês a mais ou menos 1 ano e nunca tive a experiência de ter um professor de Inglês, seja nativo ou não. Confesso que meu pensamento era bem o do público geral o qual o comercial postado quis atingir. Achava que só seria possível aprender inglês de verdade morando em um país de língua materna inglesa, e falando apenas com nativos 24h por dia. Mas depois de conversar e trocar algumas ideias com uma professora de inglês não-nativa, mudei bastante o meu ponto de vista. E tudo que tenho aprendido até hoje sobre inglês vem de dicas como as suas e de tantos outros sites que tenho como referência primordial para aprender mais sobre essa língua que tanto amo. Posso dizer que meus "professores" nativos são os artistas das séries que assisto, os podcasts de sites americanos que ouço, os jornais americanos e ingleses que leio… Mas as dúvidas mesmo, quem tira é o Inglês na ponta da Língua by Denilso de Lima, e tantos outros sites como já mencionei! Resumindo, acredito que independente de ser nativo ou não o importante é que o professor tenha conteúdo, saiba ensinar esse conteúdo de forma que torne a vida do estudante da língua estrangeira, seja ela qual for, mais fácil, mais leve, de forma prazerosa. Afinal de contas, o aprendizado da língua inglesa, ou qualquer outra não dever ser um fardo, pois se assim for, morrer na praia vai ser a coisa mais certa a acontecer. Professor bom, penso eu, é o que muda a tua mentalidade, e não o que te faz decorar listas e mais listas, regras e mais regras ("não sabemos" nem a metade da metade da nossa língua portuguesa)… Enfim é o que torna prazerosa a parte chata da língua estudada (no meu caso: English grammar e phrasal verbs) e torna ainda mais prazerosa a que já de dá prazer! So I think I've said too much!Take care

  9. Que comparação horrorosa. Nada a ver. O bom professor é aquele que tem a CAPACIDADE de fazer com que seus alunos FALEM E ENTENDAM ingles. Independe do professor ser nativo ou não.

  10. pra mimo comercial é uma babaquicefeito para pessoa cegas e ignorantesporem…qual o melhor? nativo ou nao-nativo?depende do que voce buscase voce ainda esta estudando a parte elementar da linguaé melhor um professor que fale a sua lingua, para abrir melhor sua cabeçae te espplicar fundamentosporem…se voce ja fala e tem bom conhecimento da linguaum professor nativo é excelente pra pegar o jeito mais natural de falar as coisas, pegar "accent", pegar a tao sonhada fluenciaPs: MINHA OPNIAO!

  11. Na minha opinião eu prefiro um professor nativo, porque além de ser nativo ele é um professor da sua língua materna, ele é o "mestre" no assunto, sabe corretamente as pronúncias, as collocations, etc. Nossos estudantes têm muita dificuldade na pronúncia porque alguns professores de inglês que não são nativos pronunciam de maneira diferente, e eles, estudantes, quando ouvi de outros professores a mesma pronúncia ficam em dúvidas , qual será realmente a pronúncia correta?

  12. Como meu inglês é nivel avançado, me sentiria mais a vontade com um professor nativo. Talvez para alguém que esteja iniciando seja melhor um professor não-nativo.

  13. Concordo com que disse o bit perdido, porém isto em uma situação ideal. Denilso, dentre todos os professores nativo ou não você é meu preferido.

  14. Comparando 2 professores com a mesma capacidade pedagógica, sendo um nativo e outro não, com certeza prefiro um nativo. Primeiro pela pronuncia, é muito diferente, um brasileiro fluente com vivência no exterior você entende facilmente, um nativo é bem mais difícil entender. Segundo, pelo "experiencia" com o idioma, o nativo conhece frases, gírias, costumes, conhece o vocabulário real falado no dia-a-dia dos falantes nativos.

  15. Bem eu já fiz aula online com professores nativos,isso é bom porque realmente força o aluno a falar ingles e ouvir apenas ingles mas também é muito dificil para quem é iniciante pois quando surge alguma duvida fica complicado porque vc não fala ingles e ele não fala português hoje eu faço aula particular com um professor que morou 10 anos nos EUA então o mesmo fala português e também tem bons conhecimentos e boa pronuncia em ingles assim entende mais as dúvidas dos alunos claro que tudo tem os prós e contras.Em resumo acho que nativo em ingles para alunos avançados e do mesmo idioma do aluno para iniciantes.

  16. Boa Noite, Sou professora de inglês há cinco anos e sofro muito preconceito por nunca ter morado fora do Brasil. Possuo vários cursos de especialização, sou formada em Letras Português/ Inglês, faço pós-graduação em tradução de inglês. Muitas vezes percebo que pessoas que moraram fora do país ou até mesmo falantes nativos, mesmo não tendo nenhum conhecimento de didática, recebem muito mais que eu ou são preferidos por donos de curso.Saber falar inglês não quer dizer saber ensinar inglês! Existem regras e conhecimentos de ensino de línguas que só PROFESSORES da área sabem! Então quer dizer que qualquer brasileiro pode ensinar português? Se for um nativo capacitado na área, concordo que ele tem muito mais capacidade que eu, mas dizer que qualquer zé-ninguém que morou no exterior é melhor que eu, que passei anos pra obter meu diploma, não é nada justo!

  17. Acredito que não haja uma resposta fácil.Claro que somente por ser nativo ninguém pode sair dizendo que é competente para dar aulas de inglês, mas também há centenas de professores brasileiros com formação em letras, mestrado etc que NÃO SÃO FLUENTES… Conhecer a língua não é o mesmo que falá-la! Apenas teoria ou apenas prática não fazem um bom professor. Simplesmente ter morado fora do Brasil também pode não ser suficiente, conheço algumas pessoas que moraram fora e têm uma pronúncia sofrível!Acredito que o profissional deva ser avaliado por seu conjunto: didática, fluência, comprometimento etc e não apenas por esse ou aquele aspecto isoladamente.Off topic: triste demais ver como algumas pessoas extremamente empenhadas em aprender inglês não sabem as regras básicas de português… e são as mesmas que têm coragem de chamar outras de ignorantes… Não estou julgando, estou apenas dizendo que é triste!

  18. Ola Denilson tudo bem?Eu sou suspeita para falar, porque fui estudar ingles no Canada e nos ultimos meses estudei com uma professora brasileira, rsSinceramente, não tem comparação, para mim o que faz a diferença, é que o Brasileiro sabe exatamente como pensamos a título de aprendizado de lingua, sabe as dificuldades que teremos, os maiores vícios, as confusões que fazemos, porque essa pessoa passou por tudo isso antes de dar aula,porém as aulas que tive com professores nativos, eram interessantes no ponto de cultura, conhecimento,eu confesso que tinha essa curiosadade, já passou, hoje opto por professor brasileiro sem duvida nenhuma.Essa parte de cultura e tal, já não tenho mais curiosades…mas cada caso é um caso…depende de como você quer aprender seu ingles.

  19. Infelizmente o vídeo foi removido. Poderia por gentileza Denilso postar outro link pra gente saber mais a respeito. Fui no youtube, mas não sei qual é o filme. Enfim, eu morei na Irlanda quase 1 ano e cheguei la com inglês que tinha estudado sozinho no Brasil. Tive aulas apenas com professores nativos e penava um pouco certas horas. Houve situações em que saí da sala sem entender e tive de me virar depois. Acho que aulas com nativos vale a pena nos níveis mais avançados. Abraço a todos!

  20. Sou professora de inglês há mais de 11 anos. Fiz curso em escola de inglês, onde me formei e também sou formada em Letras Inglês na UFSC. Passei apenas 2 semanas nos Estados Unidos, quando tinha 17 anos. Já na época, conseguia me comunicar muito bem no idioma. Trocando em miúdos, não sou nativa e nem morei fora, mas todas as pessoas que me conhecem, nativas ou não-nativas, dizem que nunca ouviram ninguém falar inglês tão bem, seja em termos de pronúncia ou de gramática.Realmente, quando você está iniciando seu aprendizado de inglês, o ideal é que você tenha um professor não-nativo. Isso não significa que ele não saiba falar inglês direito, mas sim que ele entende as dificuldades do aluno, pois fazemos a transferência de vários aspectos da nossa língua materna para o inglês que muitas vezes não se aplicam. Quando você é um aluno avançado, que diga-se de passagem significa que já sabe se comunicar no idioma, um professor nativo pode ser de grande valia para aprender vocabulário, expressões idiomáticas e o famoso sotaque. Mas, assim como o professor nativo possibilita esse tipo de insumo, o aluno também pode aprender através de músicas, filmes e seriados, como eu aprendi.Creio que o maior problema é as pessoas de modo geral acreditarem que a pronúncia do inglês é o mais importante. Hoje sabemos que há tantas pessoas não-nativas falando o idioma quanto nativas, e que a pronúncia deve ser considerada um problema apenas quando prejudica a comunicação, ou seja, quando existe confusão nas palavras. Um grande exemplo disso é a variação de pronúncia nos países de língua inglesa. Afinal, um americano e um inglês conseguem se comunicar. Além disso, as pesquisas apontam que, quanto mais cedo você aprende inglês (como quando criança), maior será a probabilidade de ter uma pronúncia mais parecida com a nativa, justamente porque o aparelho fonador ainda está em formação. Em outras palavras, se você é adulto e está começando a aprender inglês agora, ter um professor nativo não fará diferença. Logicamente, existem exceções.Assim, o que importa mesmo para que alguém aprenda a se comunicar em inglês é a quantidade de insumo que a pessoa tem. Quanto maior for o contato com o idioma, seja através de um professor não-nativo (que domine bem o idioma), seja através de músicas, filmes e seriados, maiores as chances de atingir a tão sonhada fluência.

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