Quem é o melhor professor de inglês?

O linguista britânico David Graddol concedeu G1 uma entrevista maravilhosa. O título da matéria é bem direto “Melhores professores de inglês não são britânicos nem americanos“. Interessante, não!? Já comentei algo assim em algumas de minhas palestras e workshops. Afinal, sou defensor da ideia de que todos possuem pontos fortes e fracos. Ou seja, professores nativos e não nativos levam vantagens em alguns quesitos e desvantagens em outros.

No entanto, ao contrário do que a grande maioria das pessoas acredita o bom professor de inglês não precisa ser necessariamente um falante nativo da língua. O fato do professor falar a mesma língua do aluno ajuda e muito na hora de resolver determinados problemas relacionados à gramática, vocabulário ou uso da língua de modo geral. Falar a mesma língua do aluno ajuda a economizar tempo de aprendizado e ensino.

Outra ponto destacado por Graddol na entrevista é o fato do ensino de língua inglesa no Brasil estar bastante atrasado e defasado. Esse ponto já foi abordado inúmeras vezes aqui neste website. Os métodos de ensino de língua no Brasil ainda são ultrapassados e muito apegados à velas abordagens e métodos de ensino. Muitas escolas de idiomas vendem curso de conversação porém gastam horas no ensino de gramática pura. Até mesmo escolas novas caem neste erro. Mas, isso já é outro assunto.

O linguista em sua entrevista também menciona o quesito idade. Ou seja, aquela história que depois dos 12 anos de idade fica mais difícil aprender e conversa fiada. Pois, o que sabemos hoje é que há vantagens e desvantagens. Assunto também falado aqui no blog outras vezes. Adulto pode aprender inglês tão bem quanto uma criança. Tudo depende da dedicação, motivação, interesse, objetivo e coisas do tipo.

David GraddolEstudos em neurociência já comprovaram que adultos podem aprender uma segunda língua tão bem quanto uma criança. Para isso é preciso mudar o jeito como a língua é ensinada. Ou seja, no Brasil ainda é comum ensinar inglês a adultos como se eles ainda tivessem cérebro de crianças. Leia mais sobre isso no texto “Dá Para Aprender Inglês depois de Velho?“.

A repórter também perguntou que língua vai dominar o mundo no futuro. Como muito de discute na área de linguística, Graddol disse aquilo que acreditamos, “O mandarim não é uma ameaça“. Afinal, o investimento do governo chinês no ensino de inglês é gigantesco. O próprio ministro da educação da China já afirmou que eles não vêm o chinês como uma língua global devido às dificuldades de aprendizado.

Foram vários os temas abordados na entrevista. Se você gosta de ler sobre isto recomendo que acesse o site do G1 e leia tudo na íntegra. O link para acesso está no parágrafo inicial lá em cima. Você vai perceber como as ideias defendidas aqui neste blog não estão longe daquilo que o mundo de ensino de idiomas e os linguistas em geral andam dizendo. Pena que no Brasil as pessoas têm medo do novo e preferem continuar na mesmice de sempre.

E você o que acha dos pontos apresentados na entrevista? Qual sua opinião a respeito? Use a área de comentários abaixo para deixar sua opinião.

13 Comentários

  1. Bom dia Denilso.Li por completo a matéria e tive a necessidade de comentar. Além de proprietário de uma escola de Inglês tão sou professor em período integral – sou brasileiro com formação nacional e internacional. Quero dizer que fico imensamente lisonjeado ao ouvir tais palavras, isso que ele disse é o que eu digo para meus alunos todos os dias. Falar Inglês é diferente de ensinar Inglês. Ser professor, além de conhecimentos de language envolve conhecimentos de teaching que normalmente são adquiridos por vias acadêmicas. Um dos grandes erros dos jovens que vão morar fora é achar que quando voltarem poderão ser professores de Inglês. Mas é claro que não! Morando fora você pode ficar fluente, mas jamais aprenderá coneitos e métodos relacionados a "teaching". Fico só imaginando o que acontece quando um aluno pergunta para um 'ex-intercambista' "Por que pronunciamos a palavra X de um jeito e não de outro?" Com certeza, esse "professor" sequer viu um Phonetics Chart, como ele explicaria? Provavelemnte enrolaria o aluno com uma balela qualquer. Também acho que a mídia atrapalha muito um aluno na hora de escolher uma boa escola de Inglês. Muitos alunos acham que a qualidade do ensino está relacionada com os atores globais que aparecem nos comericais da TV, ou mais, algumas escolas colocam astros de Hollywood em suas propagandas tentando assim "agariar" mais alunos. As vezes para os adultos, isso pouco influencia, mas para os adolescentes … a história é outra.Um outro ponto abordado é o uso da "grammar", isso é muito complexo. Afirmar que o ensino de Inglês através da gramática é ruim e não surte efeitos práticos é praticamente um pecado. Em minha trajetória como professor de Inglês (embora eu ainda seja jovem) já tive oportunidade de trabalhar em alguns países da America Latina, America Central, nos Estados Unidos, no Canadá e agora já a 7 anos no Brasil (de onde não saírei mais…rs) e sempre gostei de usar a gramática em minhas aulas. No decorrer dos anos, já foram testadas várias metodologias de ensino como "Grammar-translation method", "Direct method", "Audio-lingual method", etc… e eu sinceramente acho que todas essas metodologias de ensino tem seus pontos positivos e negativos. O que cabe a nós, professores de Inglês, é saber peneirar o que tem de bom em cada um deles. Não faz a mínima diferença se você usa PPP ou TBL em suas aulas, contando que você saiba fazer um mix das 4 habilidades em todas as suas aulas, tá perfeito.Olha, não sei o quanto nosso Brasil está atrasado no Ensino da Língua Inglesa, a única coisa que posso dizer é que os professores devem estar sempre se atualizando, procurando inovar em suas aulas e se dedicando ao máximo para seus alunos. Precisamos ser atenciosos com nossos alunos e saber respeitar os "learner needs". Particularmente, não tenho muito contato com muitas escolas "lixo"… essas dos astros globais e Hollywoodianos… O meio profissional em que vivo engloba professores comprometidos com o aprendizado e devotados aos seus alunos, agora cabe ao aluno saber diferenciar o joio do trigo.E é como foi dito aqui, professor nativo não assegura o aprendizado da língua, o mais importante é o professor ser capacitado. Ser professor de Inglês não é uma escolha ou um "bico"… ser professor de Inglês é vocação.Denilso, parabéns pelo seu blog, sempre venho aqui ler os seus posts e também minha escola de segue no twitter, somos o "English-4U".Abraços,Prof. Ivan

  2. Olá Denilso,Acho que talvez seja interessante direcionar os leitores do blog para a publicação do Graddol no site do British Council (English Next), onde ele vai mais a fundo no assunto. Bem interessante.E mais uma vez tudo volta a cair na questão da educação. Com um pouquinho mais de educação seria mais fácil para as pessoas separarem o joio do trigo (como disse o Ivan) e saberem escolher o que é melhor para elas. Saberem identificar objetivos e como alcançá-los, ao invés de dizerem apenas que querem aprender inglês e ir atrás de nativos ou qualquer escola sem se preocupar com a proposta metodológica da mesma. Como foi mencionado, há vantagens e desvantagens em cada faixa etária, mas uma grande vantagem dos adultos e jovens é já terem passado por outras experiências de aprendizado e conhecerem estratégias que funcionam para eles. Infelizmente, eles aceitam que a escola simplesmente empurra uma aula ministrada como uma "receita de bolo" que não se preocupa com particularidades de cada aluno.Mas para isso mudar, é necessário treinamento de professores. Para isso, é necessário $$, e para isso é necessário que escolas de idiomas sejam gerenciadas por professores, e não por empresários que, muitas vezes, sequer sabem falar o idioma. Nesses aspectos, estamos bem atrasados mesmo, hein?!Um abraço,Henrick Oprea

  3. Adorei o blog e gostaria de saber à respeito de como me tornar uma ótima professora de Inglês, pois amo o que faço, ou melhor não me vejo fazendo outra coisa, além de ensinar Inglês e não que eu já não tenha tentado outras atividades, ma simplesmente adoro!!!! Porém infelizmente trabalho em uma escola que, realmente os esmpresários não falam o idioma, porém tenho o desejo de fazer um ótimo trabalho cada vez mais, como já venho fazendo, mas preciso mesmop de algumas dicas como tornar minhas aulas mais atrativas e dinâmicas. Trabalho com adolescentes, crianças e adultos.Por favor, se puderem me ajudem!!!!Thank you very much!!!!

  4. O problema é os cursos de inglês conseguirem pagar um nativo (americano ou europeu como a maioria ver como "o melhor")… Esses vão preferir é ir para a Europa ganhar Euro do que vir pro Brasil ganhar Real e ainda fugir de bala perdida e de ladrão…

  5. olá Denilson você falou pouco mas disse tudo,é uma pena que no Brasil funcione assim,por que que no Brasil tudo é menos que nos outros,sempre o Brasil está pra trás,por isso tem tanto brasileiro morando lá fora,preferem outro país.Muito bem obrigada estou estudando bastante suas aulas,thank.

  6. Se o meu idioma não fosse português, seria English, amo "idiomas em geral", mas sonho em ser professora de inglês,(acho que sou meio autodidata)já entrei em algumas escolas de inglês, mas logo perco o interesse…motivo? I get boring because the teachers treat the students as dome, some of them, don´t imagine that, students need encouragement, find the classes fun, not boring…but someday I will find a good school to study, maybe because I already had bad experiences in some schools, I will be able to become a good teacher…I know I must learn a lot, but for me, this will be a pleasure.Meu grande problema é que não tenho nem o ensino médio, vai ser difícil, mas não impossível.Meu interesse em ser professora é basicamente a vontade de querer ajudar os alunos das escolas públicas, (já que muitos me procuram para dar reforço, praticamente eu os ajudo quando já estão à beira de ser reprovados em inglês, sinto tristeza por eles, muitos dizem que não suportam seu professor(a) de inglês; gostaria de ser uma professora exemplar, que os alunos sintam alegria só de saber que: "hoje vai ter aula de inglês"…é uma sensação impagável, mas é claro que preciso do salário, não é muito mas já ajuda. OBS:Aceito sugestões que me ajude à chegar no meu objetivo.

    1. Verdade Douglas! A Globo.com não está mais com a página no ar. Então, vou ter de achar um jeito de burlar isso e continuar mostrando a entrevista. em breve atualizo isso aqui. 🙂

  7. O meu último professor de inglês foi um eslovaco que morou por alguns anos na Inglaterra. Ele ñ era fluente em português (aprendeu, depois, com a convivência). Mas como minha turma era avançada, não tivemos problemas significativos! =)

  8. Um ótimo artigo, eu venho aprendendo ingles a mais ou menos 4 anos, fico um longo período sem estudar e depois eu retorno, mas com o que venho estudando, já vi grande diferença com o que “aprendi” no ensino médio, nunca me interessei em entrar em curso de inglês por causa do valor e tambem por achar que o método utilizado por eles é um tanto ineficaz, pois conheço e ouvi histórias de várias pessoas q passaram 4 a 5 anos estudando ingles aqui no Brasil e até mesmo pagando caro e quando chegaram no exterior não entendiam o que eles diziam e nem sabiam falar nada. Por isso decidi aprender sozinha, sempre gostei de ingles e de aprender sozinha tbm, e estudando sozinha eu mesma vejo minhas dificuldades e tento resolvê-las ao meu tempo, isso tbm que eu acho ruim em uma sala de aula porque talvez o método ensinado pelos professores não seja o mais fácil para aluno, cada um tem sua maneira de aprender. Achei muito interessante também o post sobre a diferença entre o inglês falado e o escrito que era algo que eu tinha grande dúvida, pq eu ouvia filmes e seriados americanos e via que a forma escrita (ou seja a mais formal) nem sempre é utilizada na hora de falar. Este site está de parabéns tem me ajudado muito.

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