Por que eu esqueço o que aprendo?

Na semana passada, quando tivemos nosso primeiro vídeo chat, várias pessoas me perguntaram o que fazer para não esquecer aquilo que aprendem em inglês. A pergunta, geralmente em tom de desespero, é mais ou menos assim “eu estudo inglês, eu faço atividades, eu leio tudo, mas sempre esqueço tudo; como resolver isso?”. Se você também tem esse problema, continue lendo.Em relação ao aprendizado de inglês, o problema costuma estar na forma como as pessoas estudam inglês e como esse modo de estudar causa algumas reações adversas. A maioria dos estudantes de inglês tem uma relação mecânica com a língua. Isto é, eles estudam inglês como se fosse uma fórmula matemática: regras gramaticais + palavras isoladas = aprender inglês.

Geralmente a rotina de estudos é assim: 1) decorar as regras gramaticais sobre um tempo verbal, fazer as atividades para praticar as regras que aprendeu, corrigir as atividades e rever as regras para ter certeza de que está tudo bem; 2) decorar algumas palavras – verbos, partes do corpo, partes da casa, tarefas do dia a dia, etc. – e tentar usar essas palavras com as regras gramaticais que aprendeu.

Essa matemática acaba gerando frustração, pois na hora de falar inglês (expressar ideias em inglês e ao vivo) você pode tentar fazer o cálculo e demorar a se expressar. É como se você estivesse tentando multiplicar 328 por 437 de cabeça. O cérebro precisa processar as informações de modo diferente para chegar ao resultado.

Essa frustração cria uma reação negativa em relação à língua inglesa. A reação negativa leva a pensamentos de incapacidade de se aprender a língua. Essa crença de incapacidade leva você a acreditar que inglês é algo chato, e complicado. Essa reação negativa bloqueia seu cérebro para continuar aprendendo. Logo, a motivação cai, o desejo de se dedicar diminui, a autoestima em relação ao aprendizado vai para baixo e a vontade de continuar aprendendo desaparece. O cérebro de modo inconsciente acaba rejeitando as informações que você tenta empurrar para ele de modo forçado. Veja como uma coisa leva a outra. Mas, como mudar isso?

Em minha experiência a primeira coisa a fazer é mudar o modo como você aprende inglês. Se você já fez curso de inglês – ou mesmo estudando sozinho – tenho certeza que aprendeu no várias sentenças prontas como: “what’s your name?”, “my name’s…”, “how old are you?”, “thank you very much”, “nice to meet you”, “good morning”, “I don’t know”, “don’t worry, be happy”, “you’re welcome”, “I love you”, “see you later”, “the book is on the table” e outras mais.
Note que essas sentenças você aprendeu do jeitinho que elas são. Você não as aprendeu de modo mecânico (regras + palavras = aprender inglês). Muito pelo contrário, você aprendeu essas sentenças e outras tantas do jeito como elas são ditas e também no contexto em que são usadas. Cada sentença tem uma gramática própria e você não fez a análise delas. O que você fez foi aprender o significado delas e o contexto em que são usadas.

Isso significa que o aprendizado dessas sentenças aconteceu de modo natural e significativo. O seu cérebro teve uma relação positiva com a língua inglesa. Foi pertido aprender assim. Por isso é fácil lembrar essas expressões e usá-las quando necessário. Isso então significa que aprender inglês não precisa ser encarado como algo matemático. É possível aprender inglês de outro modo.

Mudando-se o modo de aprender, sua atitude com a língua passa a ser positiva. Você procurará se envolver mais com a língua; pois, desejará aprender mais expressões em contexto e como usá-las na prática. Essa mudança de atitude fará com que seu cérebro deseje aprender mais e esquecer já não acontecerá com frequência. Afinal, a relação positiva com o aprendizado e o fato de aprender de modo prático mudará o modo como a língua será vista.

O problema é mudar do modo matemático para o outro modo. Esse modo diferente de aprendizado é o que nós na área chamamos de modo lexical. É sobre ele que esse blog mais tem dicas, meu trabalho como um todo (livros, cursos, palestras, workshops, etc.) é sobre esse modo lexical de ensinar e aprender inglês.

Ao contrário do que muita gente desinformada acredita o modo lexical não rejeita a gramática. Na verdade, a gramática é apenas adquirida de outra maneira (gramática de uso). Aprender a gramática de uso é muito mais significativo e natural. Aprender lexicalmente ajuda seu cérebro a lembrar das informações que deverão ser usadas com naturalidade.

Para saber mais sobre o modo lexical você pode ler as mais de 600 dicas sobre esse tema aqui no blog. claro que todas essas dicas são gratuitas e estão disponíveis para todos. Por outro lado, você pode adquirir os livros “Inglês na Ponta da Língua” e “Gramática de Uso da Língua Inglesa”. Caso eu encontre alguma outra fonte, prometo contar para vocês. Prometo também falar mais sobre esse assunto aqui no blog em outras ocasiões.

That’s all for today! Take care!

3 Comentários

  1. Nossa…perfeição é apelido pro seu blog hahaha *-*Obrigada tem me ajudado bastante!

  2. Excelente post. Realmente noto que as coisas que aprendi no meu curso de inglês, no CCAA, que usa um método lexical de ensino, ficaram gravadas. O aprendizado em contextos significativos de conversação é mais divertido e útil. Isso não exclui, é claro, a necessidade de estudar alguns conteúdos de gramática para tornar algumas coisas mais claras.

  3. Denilson, primeiramente parabens pelo excelente trabalho que vc realiza.Queria deixar registrado que comprei o Livro " Inglês na ponta da lingua ", e realmente a maneira com que os assuntos são abordados é diferente e mais facil de assimilar.Passei a ouvir um prof. on line que ensina dessa maneira abordada nesse blog, sempre utilizando pequenas frases incluindo seus contextos e definitivamente eu não consigo esquecer as frases…kkkkkkkk, elas saem de maneira natural mesmo. O que me leva a pensar que vc está absolutamente correto em sua abordagem sobre o ensino Lexical.Perfeito…

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