Aprender 2000 Palavras em Inglês e a Fluência

Você já ouviu dizer que se aprender 2000 palavras em inglês, você será capaz de falar inglês fluentemente? Alguns costumam dizer que até mesmo 1500 palavras são o suficiente para atingir a fluência. De onde foi que tiraram essa ideia!? Será mesmo possível!? Como!?

Neste artigo, você vai entender como funciona um dos maiores truques usados para ganhar dinheiro das pessoas oferecendo cursos de inglês milagrosos. Para facilitar, vamos começar pelo começo.

O Início de Tudo

Em 1953, um senhor de nome Michael Phillip West, professor de inglês e pesquisador, apresentou um trabalho chamado de General Service List of English Words (GSL), tratava-se de uma pesquisa na qual constavam as 2000 palavras mais usadas em inglês.

Além de apresentar a lista, o prof. West sugeriu ainda que um estudante de inglês que aprendesse todas as palavras da lista e as famílias a elas relacionadas seria capaz de entender cerca de 90% a 95% do inglês falado e 80% a 85% do inglês escrito. Isso era algo simplesmente genial. O mundo começou a ficar de olho na lista.

A GSL trazia headwords que deveriam ser a base para o ensino da língua inglesa. O verbo be era uma dessas headwords. Assim, o estudante deveria aprender o verbo be em todas as suas formas: am, are, is, was, were, being e been. Abaixo você entenderá que isso não é algo tão simples o quanto parece. No entanto, o trabalho do prof. West era algo inovador na época e rapidamente foi reconhecido em todos os canto.

O Início de um Mito

Com o passar do tempo, pessoas má intencionadas começaram a usar o trabalho do prof. West para iniciar o mito de que aprender 2000 – ou 1500 – palavras em inglês seria o suficiente para alguém ser fluente em inglês.

Isso era realmente um milagre! Algo maravilhoso! Muitas pessoas começaram a fazer contas! Na verdade, podemos fazer essa conta agora mesmo para você ver como é algo surpreendente.

Se você estabelecer o objetivo de aprender apenas 10 palavras por dia, você precisará de 200 dias (cerca de 6 a 7 meses) para aprender 2000 palavras. Com isso você já atingiria a fluência. Mas, você tem pressa! Então, pode se dedicar e decorar 20 palavras por dia. Com isso, você reduz o tempo pela metade: apenas 100 dias (3 a 4 meses) para atingir a tão sonhada fluência.

Uau! Ser fluente em apenas 3 meses? Que maravilha, não é mesmo!? A sua pergunta deve estar sendo: “Onde encontro essa lista!? Como faço para consegui-la!? Quanto pago por ela!? Eu a quero agora! Não importa o preço!”.

Controle-se! Antes você tem de aprender um pouco mais sobre o assunto. Até mesmo o pessoal que trabalha essa ideia de modo sério e honesto sabe que aprender 1000 ou 2000 palavras não é o bastante para ser fluente. Há muito mais coisas por trás desse mito!

Por que isso é um mito?

Qualquer pessoa que tentar decorar 2000 palavras em inglês, logo perceberá que isso não dará muito certo. Mesmo decorando 20 por dia, a pessoa vai notar que falta algo. Por quê? Será problemas de memória?

O próprio prof. West diz que é preciso conhecer a família das palavras listadas. Assim, as palavras am, is, are, was, were, being, been e be devem ser vistas como uma coisa só. Ou seja, oito palavras são contadas como uma: be. O mesmo vale para get, gets, got, getting, gotten; cinco palavras contadas como uma: get. Temos também have, has, had; três palavras contadas como uma: have.

De acordo com a GSL, no parágrafo acima você aprendeu três palavras – be, get e have. Mas, na verdade, você tem de saber o uso de 16 palavras. Sendo que cada uma delas tem usos gramaticais específicos. Portanto, não é só decorar be, get e have; tem muito mais coisas aí.

Além das famílias de uma só palavra, é bom lembrar que as palavras em inglês podem ter vários significados e usos. Por exemplo, o verbo get não tem um só significado e uso. Get é um verbo que possui inúmeros significados e usos. Portanto, você não aprenderá todos os phrasal verbs, expressões, significados e usos apenas decorando o verbo get é uma lista de palavras. Além de get, o que dizer de outras palavras igualmente complexas: take, give, in, into, on, actually, for, up, to, that, can, will, ought, time e outras mais?

Um outro estudioso – Michael Lewis – afirma que as 2000 palavras mais usadas podem formar mais de 250 mil combinações de palavras inglês. Portanto, temos de ir além das 2000 palavras para sermos realmente fluentes em inglês.

Assim, o mito de que aprender 2000 palavras em inglês leva à fluência em pouco tempo simplesmente desmorona. Não é só decorar as 2000 palavras! Você precisa aprender a usá-las corretamente em vários contextos.

No entanto, vale dizer que nenhum estudioso tira o mérito da pesquisa realizada pelo prof. West. Identificar as palavras mais usadas em inglês não é tarefa fácil. Agora dizer que apenas aprender essa lista de palavras leva à fluência em inglês é algo exagerado.

Tirando Proveito do Mito

É nessa teoria de 1953 que muitos “professores” que vendem cursos via internet (ou mesmo cursos físicos) se baseiam para tirar dinheiro dos desesperados e apressados para aprender inglês.

É comum encontramos na internet vídeos com os supostos magos milagreiros do inglês dizendo coisas assim:

  • Eu tenho a chave do segredo para a sua fluência em inglês
  • Eu descobri um método poderoso que vai fazer você falar inglês em pouco tempo
  • Eu identifiquei o modo mais fácil e rápido para você falar inglês como um nativo
  • Neste curso, você aprenderá as palavras chaves do inglês que darão a você a fluência imediata

As frases usadas por são bem variadas. A maioria delas é muito parecida com as que você leu acima. Muito cuidado ao assistir a um vídeo na internet no qual o vendedor do curso – que quase nunca é um profissional de ensino de inglês – fala coisas assim.

Os “professores” – descobridores do tal grande segredo da fluência – focam todo o marketing deles nesse mito. Levando a teoria do prof. West em consideração, o mantra repetido por eles é: “Com esse novo método, você será fluente em inglês em até 3 meses”.

Eles exploram a teoria de modo errado e a usam para tirar dinheiro daqueles desesperados que acreditam estar diante do grande milagre para finalmente aprender inglês. Muita gente cai nessa conversa e descobre mais tarde que foi enganada.

O mais interessante é que muitos desses vendedores – “professores” – são tão bons no marketing que eles fazem o estudante (a vítima) acreditar que o problema não está no curso ou no método. Caso o estudante não consiga alcançar a fluência no tempo que eles dizem, os “professores” fazer a vítima ficar com a sensação de que ela é burra e incapaz de aprender inglês. E, o que é pior, as pessoas começam a desconfiar até mesmo das escolas e profissionais verdadeiramente sérios nessa atividade.

Portanto, muito cuidado com essa coisa de que “o grande segredo para ser fluente em inglês está no aprendizado das 1500 (ou 2000) palavras mais usadas em inglês”. A próxima vez que você encontrar algo assim por aí, lembre-se do vídeo abaixo:

Eu ainda torno minhas as palavras do Pe. Quevedo ditas neste outro vídeo:

Conclusão

Aprender 2000 palavras em inglês não é o suficiente para você ser realmente fluente em inglês. Não há milagres! Você precisa ir além das 2000 palavras em inglês. Você tem de se envolver com a língua e aprender como essas 2000 palavras são realmente usadas. Não caia na conversa fiada dos “professores” – charlatões – que oferecem tais milagres. Sempre investiguem um pouco mais antes de comprar um curso que baseia seu marketing apenas nisso. Muito cuidado!

Gostou do que leu aqui!? Você acha que esse texto poderá ser útil a outras pessoas!? Então, compartilhe-o! Assim, você estará nos ajudando a deixar as pessoas cientes das picaretagens que são oferecidas por aí.

Para encerrar, compartilho abaixo algumas das listas das palavras mais usadas em inglês. Isso apenas por curiosidade! Até a próxima!

» The General Service List (ampliada)
» The Longman Communication 3000
» The Top 2000 Vocabulary Words
» The New General Service List

29 Comentários

  1. Excelente artigo Denilso, é muito bom esclarecer aos desatentos que aprender inglês não é algo miraculoso e que acontece da noite para o dia. É preciso dedicação e paciência, e sobretudo consciência de que o estudo será para o resto da vida, pois conhecimento nunca é demais. Eu mesma, apesar de ser professora de inglês e estudante da língua há mais de 18 anos (desde criancinha), me considero uma constante aprendiz e dedico 6 horas diárias de reciclagem para sempre me aprimorar. As pessoas têm que ter mais consciência que qualquer língua estrangeira funciona assim, uma reciclagem constante.

    1. Isso mesmo, Mariana! O que me irrita é ver a proliferação de ofertas milagrosas e as pessoas acreditarem nelas de modo cego. Infelizmente isso acontece. O resultado é catastrófico. Acaba sobrando até para os profissionais que pesquisam e levam isso muito à sério. Enfim, eu tenho o dever moral e profissional de alertar as pessoas. Estamos aqui para isso! 🙂

  2. Suas palavras mostram conmpetência, experiência e honestidade. Good boy…

  3. A cobiça pelo ganho fácil, a propaganda enganosa com ofertas mirabolantes e milagreiras, tem proliferado pela Internet. Coisas como aprenda inglês em 14 horas, Inglês em 60 dias, e outras bizarrices. Eu estudo inglês diariamente, há bastante tempo, e ainda encontro dificuldades que me credenciam a desacreditar no charlatanismo e oportunismo de algumas pessoas.

    1. That’s it, Almir! Infelizmente, muitas pessoas ainda caem nessas ofertas mirabolantes! Por mais que a gente tente dizer a elas para tomar cuidado, elas preferem acreditar na primeira promessa de milagre que veem pela frente.

  4. Maravilha!
    Vamos cair na real e estudar sério!!
    Obrigado, Denilso

  5. Como criador de um curso online de inglês, eu acredito que você deveria procurar conhecer os cursos que acusa de “charlatões” ou “cilada” indo além do marketing (que faz parte da venda de qualquer produto) e conhecendo a fundo esses cursos. Por que você não menciona também o marketing de escolas tradicionais de inglês, que é igualmente forte e muitas vezes mentiroso? Não há como não perceber um “bias” enorme neste artigo, que me parece um ataque direito ao curso do Jober Chaves, curso que eu não conheço a fundo, mas que pelo pouco que ouvi falar, oferece uma metodologia diferenciada e eficiente desde que executada da maneira certa, o que exige muita dedicação. Isso é apenas uma opinião minha, posso estar errado, mas acredito que você poderia abrir um pouco a cabeça para novas possibilidades dentro do ensino do inglês no Brasil, indo além da academia e das escolas tradicionais. Por fim, deixe-lhe o convite a conhecer meu curso, basta entrar em contato comigo por e-mail 😉

    1. Olá, como vai?

      Já li o post, reli, mas até agora não consegui identificar essa parcialidade que você acusa o Denilson de ter. Também não vi nenhuma forma de ataque a nenhum curso ou método específico. Ele foi até bastante generalista, é de se notar. A descrição que ele dá, é facilmente identificável em um punhado de cursos oferecidos online ou presenciais. Os caras prometem uma série de coisas, usam uma retórica sem vergonha, acusam outros métodos de serem ineficientes e ensinarem errado e anunciam o produto deles como se tivessem descoberto a Pedra Filosofal. Detalhe: eles querem te vender aquilo a todo custo. Por que? Porque sim! haha. Creio que a carapuça serviu em muita gente. Não sei quanto a você, pois não conheço seu curso.

      Creio também que em momento algum ele tenha defendido os “métodos tradicionais” de ensino. Se você conhece ao menos um pouco o Denilson e os livros dele, deve ter percebido que o foco dele é completamente diferente do que a gente vê por aí no mercado. O método dele é focado em Collocation. E é a mesma tecla que eu bato: ninguém aprende idioma se não souber com unir palavras. Ele ensina gramática? Ensina. Ensina phrasal verbs, expressões idiomática, gírias? Também! A diferença é que tudo o que ele ensina, ele também ensina como usar. Diferente de muita coisa que você encontra aí na praça. Cursos que saturam o aluno de regras gramaticais e ensinam pouca ou quase nenhuma aplicação prática.

      Espero que eu tenha sido claro.

      Sucesso no seu curso!

    2. Olá, como vai?

      Já li o post, reli, mas até agora não consegui identificar essa parcialidade que você acusa o Denilson de ter. Também não vi nenhuma forma de ataque a nenhum curso ou método específico. Ele foi até bastante generalista, é de se notar. A descrição que ele dá, é facilmente identificável em um punhado de cursos oferecidos online ou presenciais. Os caras prometem uma série de coisas, usam uma retórica sem vergonha, acusam outros métodos de serem ineficientes e ensinarem errado e anunciam o produto deles como se tivessem descoberto a Pedra Filosofal. Detalhe: eles querem te vender aquilo a todo custo. Por que? Porque sim! haha. Creio que a carapuça serviu em muita gente. Não sei quanto a você, pois não conheço seu curso.

      Creio também que em momento algum ele tenha defendido os “métodos tradicionais” de ensino. Se você conhece ao menos um pouco o Denilson e os livros dele, deve ter percebido que o foco dele é completamente diferente do que a gente vê por aí no mercado. O método dele é focado em Collocation. E é a mesma tecla que eu bato: ninguém aprende idioma se não souber com unir palavras. Ele ensina gramática? Ensina. Ensina phrasal verbs, expressões idiomática, gírias? Também! A diferença é que tudo o que ele ensina, ele também ensina como usar. Diferente de muita coisa que você encontra aí na praça. Cursos que saturam o aluno de regras gramaticais e ensinam pouca ou quase nenhuma aplicação prática.

      Espero que eu tenha sido claro.

      Sucesso no seu curso!

      1. Vamos ver se a pessoa responde ao meu comentário, Raphael! Eu não tenho o que esconder!

    3. Olá, Guest! Primeiro, adorei seu nome! Assim fica muito fácil saber com quem estou falando.

      Para início de conversa, eu não citei o nome de ninguém. Logo, creio que não seja nada polido de sua parte deixar um comentário fazendo apenas suposições. Muita gente pode ler seu comentário e pensar, “Opa! A carapuça serviu para alguém!”. Enfim, isso não é nada legal! Veja que você citou um nome sem ter a necessidade disso. Você pode estar simplesmente queimando o filme de alguém.

      Segundo, eu já escrevi muito sobre o marketing das escolas físicas. Já critiquei os materiais, o modo como vendem os cursos, o investimento de rios de dinheiro no marketing e nada no pedagógico. Aliás, como você deve perceber o Inglês na Ponta da Língua não recebe patrocínio direto de nenhuma escola de idiomas. Isso acontece porque eu não permito e porque eles têm vergonha na cara de não fazerem conchavo comigo. Sou muito criterioso em minhas parcerias. Portanto, não seja leviano ao ponto de fazer acusações sem antes conhecer os mais de 1700 textos publicados neste site. Muitos deles são como este que você leu: servem como um alerta para os inúmeros interessados em aprender inglês que acabam caindo nas garras dos charlatões.

      Por fim, obrigado por seu tempo aqui. Obrigado por oferecer seu email para discutirmos metodologias e abordagens de ensino – mesmo que sejam as oferecidas por seus curso (seja esse curso qual for). Tenho um desafio para você: se estiver realmente interessado a discutir estes assuntos, proponho que sejamos francos e abertos. Assim, podemos discutir via Facebook. Eu crio em meu perfil pessoal o tópico, você escreve suas respostas, eu escrevo o que acho e assim os meus amigos, seguidores e demais interessados poderão ver a discussão e tirar as conclusões deles.

      Se aceitar, será um prazer! O meu perfil é Denilso de Lima. Fico no aguardo!

  6. Tenho verdadeiro pavor desse marketing com “tenho a chave do seu sucesso” e “vou te contar um segredo”. Não tem segredo, não tem milagre! Tem que haver dedicação, ponto. Adorei o texto e o conselho do padre Quevedo! Parabéns!

    1. Valeu, Menina de Ouro! Muito obrigado por seu comentário aqui. Saiba que dos verdadeiros profissionais produzindo conteúdo na internet de modo sério e learner-centered, você é uma delas. Conte sempre comigo e com o Inglês na Ponta da Língua para divulgar o seu trabalho. Afinal, você merece! 🙂

      1. Adorei o “golden girl” haha! Sou muito grata pelo seu apoio de sempre! Thanks a billion!

  7. Eu conheço um pouco o assunto em pauta, que inclusive já me trouxe muitos inimigos e ofensas. Fui ofendido por seguir uma linha de raciocínio
    bem parecida com a do Denilso (cujas idéias me inspiraram, e a quem eu admiro não só como professor, mas como educador formador de opinião. O Denilso há muito tempo traz um excelente conteúdo, e principalmente não foi acometido pelo vírus da arrogância como outros professores “da moda” – moda que, felizmente, dura pouco mais 15 minutos – Amém Andy Wharol).

    Hoje eu evito os debates com esse pessoal mais extremista, que aparentemente tem mais empolgação do que conteúdo a discutir. Assim, o que agrega em termos de ensino de inglês eu guardo pra mim, e no máximo divido com alunos, amigos e interessados.

    Em relação ao marketing do ensino do inglês no Brasil, eu diria que há 3 momentos distintos:

    O primeiro, foi o marketing das escolas tradicionais de idiomas, que buscou por meio das mídias e celebridades (muitas que nem falam inglês) a captação em massa de alunos, e a manutenção desses alunos nessas
    instituições. Natural, pois é o cerne do capitalismo que haja fluxo de caixa
    nas empresas. A fórmula é simples – mensalidade = $. Não se pode rebater esse argumento. Agora cai nessa quem quiser ou precisar. De qualquer forma, vocês acham que merece um elogio ou uma bronca quem diz – “fiz 10 anos de (escola), e fui para NYC e não entendi muito bem o que o pessoal fala”.

    O segundo momento veio com a popularização da internet. Eis que surgiu uma avalanche de blogueiros e youtubers, com diversas abordagens e métodos. Quem teve bom senso, soube peneirar o que foi/é bom desse movimento, e acrescentou conhecimento (eg.: Denilso, Adir, Ulisses). Quem de fato agregou via de regra está no ar até hoje. Quem foi mais pela moda acabou perecendo.

    O terceiro e último momento (atual), é o mais crítico de todos – o marketing digital e suas fórmulas mágicas a serviço do aprendizado de línguas .

    O que acontece basicamente é o fenômeno da “exponencialização”. Uma enxurrada de e-mails são enviados por alguns professores, oferecendo cursos de inglês de forma não presencial. Todos alegam possuir um segredo exclusivo da fluência e quando você analisa as formulas não há nada inovador, ou comprovadamente eficaz. Os e-mails atingem um número bastante elevado de pessoas com as fórmulas quase sempre exclusivas e revolucionárias de aprendizado, todas seguindo os passos de
    algum mestre do Marketing Digital que recomendam antecipação, autoridade, e trabalham com gatilhos mentais (Assistam os vídeos de um sujeito chamado Jeff Walker, um dos pais do marketing digital).

    Nenhum problema com o marketing em si, que assim como todas as coisas se modernizou na era da informação. O problema jaz nos cursos em si. A maioria dos cursos não possui nada extraordinário, e por vezes mais lembram uma palestra de motivação e auto-ajuda, do que um curso diferenciado.

    Alguns desses cursos, se excedem na criatividade e associam ao ensino do Inglês o lado Empreendedor do aluno interessado. Dessa forma, de alguma forma é despertado o lado empreendedor de todo mundo que quer falar inglês – tudo isso no país da burocracia invencível e tributação
    aniquiladora.

    Portanto, esse “fenômeno internético” de fato tem pouco a ver com ensino de inglês e muito a ver com a “nova internet”: marketing digital “bombando”, mídias sociais em alta, apps a granel, startups reinventando a roda e o diabo, onde o que importa, no fim das contas, é a Audiência.
    Conteúdo? Honestidade? Entregar o que promete? Isso é coisa de
    “antigamente”. No mundo maravilhoso das soluções fáceis e rápidas da
    internet, o céu é o limite.

    Só que infelizmente 75% das startups americanas floparam em 2013, e
    isso não aparecem nos cursos de marketing digital, que por vezes pecam até pela falta de originalidade (todo mundo afirma ter ganhando 6 dígitos em um mês…).

    Por fim, para quem se interessar segue um textinho para sobre o mkt digital e o tal empreendedorismo da era digital: http://blog.hootsuite.com/why-hype-killed-so-many-startups-in-2013/

    1. Disse tudo e mais um pouco! Obrigado, André! Suas intervenções são sempre bem vindas. Thanks you very much indeed!

      🙂

  8. Só uma duvida, no caso se eu realmente *aprender* a usar as principais duas mil palavras, não me refiro a decorar, mas saber usa-las da forma correta em seus devidos contextos, eu serei capaz de entender cerca de 90% a 95% do inglês falado e 80% a 85% do inglês escrito?

    Mesmo que sim, eu ainda acredito que dominar essas duas mil palavras precise de muito esforço, imagina entender ao menos os principais usos do verbo “set”!?

    Outra coisa, essa história de atingir uma fluência básica em um ano e meio é realmente possível? E não, eu também não acredito em milagres, eu acredito que a melhor forma de aprender Inglês é se jogando de cabeça na língua sem questionar os porquês, mas curtindo a “viajem”…

    1. Tiago,

      Aprender a usar as 2000 palavras poderá sim te ajudar em alguns casos. Mas, para isso, você terá de se dedicar muito para aprender a usá-las bem. Aliás, cabe aqui a seguinte pergunta: o que significa saber usar bem uma palavra em inglês?

      Se encontrarmos a resposta a essa pergunta, podemos então começar a ter um método de ensino/aprendizado que poderá ser útil para cada pessoa.

      Você menciona ainda a ideia de “fluência básica”. Logo, eu pergunto: O que é essa fluência básica? O que faz parte desse conceito de fluência básica? Como podemos definir a fluência básica e assim criarmos um modelo de estudos para cada aprendiz?

      São vários os fatores que devem ser analisados do ponto de vista profissional para podermos entender o papel dessas 2000 palavras e como aplica-las eficientemente em um curso de inglês.

      Os estudiosos de renome no mundo todo pesquisam isso exaustivamente e todos eles dizem não haver milagres e, para piorar as coisas, quando você acha que sabe tudo sobre uma palavra, você logo descobre que ainda tem mais coisas a aprender sobre ela.

      🙂

      1. Obrigado pela atenção, admiro muito seu trabalho e se existem profissionais de boa fé na área tenho certeza que você é um desses 😀

        Caramba, como tudo é tão relativo, em? Bem por fluência básica eu queria dizer ser capaz de compreender assuntos cotidianos e se expressar e ser compreendido, mesmo que cometendo alguns erros e algumas gafes…

        E o que seriam assuntos cotidianos? hehe. Bem, coisas comuns a todas as pessoas tipo comer, dormir, trabalho, estudo, necessidades fisiológicas, sem envolver termos mais técnicos ou cultos.

        Na verdade, com seu comentário, você me fez perceber como muitas vezes nós dizemos coisas que nem nós mesmos sabemos exatamente o que queremos dizer com elas.
        Eu tenho a impressão também, que muitas vezes quando estamos conversando com alguém, mesmo que em nosso próprio idioma, estamos falando em línguas “diferentes” apenas por termos uma opinião ligeiramente diferente do significado de alguma palavra…

        Bem, eu falo demais hehehe, acho que o melhor ao estudar Inglês é não se preocupar com números, né? Vá estudando com vontade que uma hora a fluência chega e com certeza sempre será algo bem vindo. Obrigado pelo blog que com certeza me fez não só gostar de Inglês como passar até a gostar mais do nosso Português. Vlw.

  9. Prezado Denilso. Estudo inglês há três anos e meio, e tenho pelo menos mais 50 anos pela frente 🙂 Só queria dizer que seu site me ajuda muito. Estudar é dedicação, é a vida toda, não tem milagre.

    – Compros livros, revistas, gramáticas, vejo filmes e estudo todo o dia, exceto aos domingos.

    Dedicação é a palavra chave.

  10. Independente destes curso serem ou não picaretas, a verdade é que o Brasil tem milhares de escolas “profissionais” de inglês e apenas muito pouca gente realmente fala inglês fluentemente neste país. A copa do mundo mostrou e deixou isso bem claro. Então fica a pergunta, que está enganando afinal ? Eu conheço vários amigos e colegas de trabalho que fizeram 2, 3 4 e até 5 anos de cursos do mercado e não conseguem falar pouco mais do que o básico do básico. Alguma coisa de errado acontece neste país e isso não tem o que discutir. Eu viajo constantemente para países de primeiro mundo e vejo até mesmo garçons, camareiras além do povo de um modo geral, falando de 2 a 3 linguas facilmente.

    1. Falar fluente, independente do tempo que se leva pra isso, depende de alguns fatores. O problema que é necessário conhecer algumas técnicas de como se estudar…só frequentar uma escola de idiomas não é o suficiente…todo estudantes deve aprender a aprender.

      Em 1998 eu tinha 3 coisas:
      1- Um convite pra passar 2 semanas na Califórnia com americanos;
      2- Uma coleção de 3 livros (tipo enciclopédia vendida na porta de casa) que pertenciam ao meu tio.
      3- Sangue na boca – Eu tinha uma motivação e fé que não cabia no peito – eu não tinha escolha, eu estava decidido a aprender.

      Esses livros tinham a pronúncia em português da pronúncia correta em inglês. Talvez hoje, olhando para eles, ninguém daria atenção e quem sabe, diriam que são ineficazes. O fato é que na maioria das vezes, não é o método que é ineficaz e sim jeito que estudamos. Principalmente, falta a motivação e foco que são os combustíveis principais.

      RESULTADO:
      Após 6 meses estudando sozinho. Estudava pelo menos 4 horas por dia (não seguidas, mas espaçadas) – Gravava minha própria voz (já que não tinha material de audio) e afirmo, o melhor método pra aprender um idioma é ouvindo de alguma forma. Como aprendemos a falar português?

      Em 1998 eu não tinha nem internet, nem rede de amigos que sabiam falar. Sou de bairro pobre. Minha rua nem era asfaltada. Tinha vala aberta na rua…mas eu tinha uma certeza: Eu falaria inglês dentro desse prazo. E por falar em prazo, um dos problemas na hora de aprender o idioma é não estabelecer um prazo. Acho que deveríamos primeiro entender como o cérebro funciona pra depois aprender qualquer outra coisa.

      Não fiquei fluente em 6 meses, mas fui para a Califórnia me comunicando bem. Falando e escrevendo. Bom, acredite se quiser…eu tenho muitas testemunhas. Amigos que falam disso até hoje…sem contar meus amigos americanos.

      Voltei pra Califórnia em 2002 e morei lá o ano inteiro com um casal de americanos. Isso me encaminhou pra um outro nível…estudei numa universidade numa pequena cidade chamada Turlock. Foi uma experiência sensacional.

      Hoje crio um método baseado no meu sucesso nos estudos…Ele se chama Pocket English.

  11. Boa tarde. Estou lendo hoje esta matéria, sinceramente vi muita enganação pela internet e olha que não entendo muito. Tenho 53 anos, parei de estudar e trabalhar tem 17 anos para cuidar de minha filha mais velha e da minha filha de síndrome de down. Tem 2 anos resolvi fazer algo para mim e comecei pelo inglês, este ano estou entrando no terceiro livro de um curso tradicional. Não é fácil estudar inglês, porque duas horas por semana na escola é pouco. Estudo em casa para reforçar e mesmo assim tenho muitas dificuldades. Estou com muito medo deste terceiro livro, só inglês, mas não desistirei. Se fosse milagroso aprender inglês sem dedicação e estudo, nestes 3 anos estava dominando e muito. Paralelo a escola estudo suas dicas, anoto tudo no caderno, sigo no Facebook e assisto no Youtube. Aprendi muito com suas dicas e de graça. Adorei a sua técnica de memorização, escrevendo histórias, estou tentando. Recebi e-mail oferendo fluência com 4 meses. Se com 2 anos não tenho, imagine 4 meses. Recebi ligação para deixar a escola tradicional e aí vai. Obrigada por dividir seu conhecimento e um dia estarei escrevendo em inglês. Minha filha especial tem facilidade com inglês mesmo não falando direito o português. Ela sabe falar maçã, rosa, obrigada, tchau, sou do Brasil e agora estou ensinando as letrinha em inglês. Orgulhosa dela. Minha filha mais velha estuda Coreano e Inglês na mesma escola. Fez do Teens 1 ao 6 e foi nivelada para o livro 8. Ela tem facilidade para idiomas. Resumindo dedicação e disciplina. Parabéns pela sinceridade e ser diferente no ensino. Obrigada sempre.

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