Mudando o Jeito de Aprender Inglês

Quando se fala em aprender inglês (ou qualquer outra língua), quais são as duas coisas que as pessoas logo pensam em comprar? Melhor, quais são as duas coisas que as pessoas pensam que devem estudar com afinco?

Não sei você, mas para  maioria das pessoas a resposta é quase sempre a mesma: Gramática e Vocabulário. Por gramática, as pessoas se referem a decorar termos técnicos que descrevem a língua: Present Perfect, Past Simple, Passive Voice, Question Tags, Irregular Verbs, etc. Cada termo técnico traz consigo seu conjunto de regras, que devem ser memorizadas a todo custo.

Já por vocabulário, é comum ver as pessoas fazendo listas de palavras por temas: partes da casa, partes do corpo humano, locais em uma cidade, objetos do escritório, phrasal verbs, e por aí a fora. Depois de um tempo começam a decorar palavras raramente usadas no dia a dia: fathom, gulosity, hinge, thibble, jabble, gullible, e outras tantas.

Quando se deparam com uma sentença em um texto, música ou diálogo. A tendência comum é fazer a análise gramatical da sentença. Uma espécie de dissecação linguística: entender o significado de cada palavra, analisar a gramática (sintaxe) da oração, entender o significado de cada parte separadamente.

Enfim, é assim que a grande maioria tenta adquirir fluência em inglês. Enchem a cabeça de regras, termos técnicos, palavras e mais palavras. O problema é que na hora de falar inglês, se comunicar, as pessoas simplesmente travam. O pensamento comum nesses momentos é, “nossa, eu sei tanta coisa em inglês, mas não consigo falar isso”. Por que esse “travamento” acontece?

Inglês na Ponta da Língua

O  fato de focarem sempre nas coisas separadamente: gramática de um lado e vocabulário do outro (não podemos nos esquecer da pronúncia). Ao separar as duas (três) coisas o cérebro simplesmente se sobrecarrega. Em uma questão de segundos, o cérebro precisa processar de modo imediato as regras gramaticais, lembrar das palavras separadamente e ainda se preocupar com o som correto de cada palavra. Enfim, é ou não é muita coisa para o pobre cérebro fazer ao mesmo tempo?

Antes de continuar, devo dizer aqui que não há absolutamente nada de errado em aprender gramática e palavras isoladas. Ao contrário do que muita gente pensa, eu – Denilso – sempre digo que isso é importante. Ser importante, no entanto, não significa ser fundamental. Saiba que seu aprendizado de inglês pode ter como base outra forma de aprendizado.

Que tal se você começasse a notar a gramática, o vocabulário e a pronúncia tudo junto? Ao invés de separar, que tal aprender tudo junto e assim adquirir a língua de modo mais natural, mais fluente? Será que isso é possível? Que jeito é isso? É possível mudar?

Para dizer a verdade, você já aprendeu várias coisas por meio desse modo diferente em inglês. Pense por exemplo na sentença “the book is on  the table”. Quando você aprendeu isso (mesmo por brincadeira), você aprendeu as regras gramaticais que envolvem a “construção” da sentença? Você se preocupou com verbo to be, a preposição on, o uso do artigo definido the? Você se preocupou com o som correto de cada palavra? O que dizer de sentenças como “What’s your name?”, “Where are you from?”, “How old are you?”, “Thank you very much”, “You’re welcome”, “I love you” e outras tantas?

Note que você sem querer aprendeu essas sentenças de uma maneira conhecida como lexicalmente. Em resumo, você aprendeu a gramática, o vocabulário e a pronúncia de modo integrado. Não foi preciso fazer análise gramatical, decorar palavras isoladas e estudar os sons envolvidos para cada uma delas. Você aprendeu essas sentenças por inteiro, com a gramática correta, com a pronúncia  correta (um pouco sofrível, mas aprendeu), com a ordem correta de palavras. Pois bem, esse jeito de aprender inglês é o que eu chamo de Aprender Inglês Lexicalmente e até desenvolvi um curso online para ajudar você a aprender mais a respeito. Caso queira saber como participar do curso, clique aqui. 

As principais vantagens de se aprender inglês lexicalmente são: 1) o cérebro não processa as informações separadamente, isso torna a língua algo mais fácil de ser adquirido; 2) você continua aprendendo gramática, mas sem ter de fazer análises sintáticas o tempo todo; 3) a aquisição da língua se torna mais natural e menos mecânica; 4) a fluência se desenvolve com mais naturalidade; 5) aprender inglês fica mais pertido e dinâmico; 6) você pode aprender sozinho ou com a ajuda de um professor. Há ainda outras vantagens, mas o texto já está grande demais. Então, é bom parar por aqui. Take care!

13 Comentários

  1. When I enrolled for English Lessons in Waikiki , I have been so overwhelmed with the new things I learned. Not only did I leatn English but I also learned Chinese,Thai,Korean,Filipino and Japanese to name a few. I have never been so happy in my entire stay in Honolulu. I made friends, I learned different languages and this is something that I have been dreaming for a long time. Now,here I am reading your post and actually learning from it. I wanted to thank you for imparting your knowledge to readers like me who wanted to understand and learn.

  2. Tá, lexicalmente é uma boa maneira, mas como fazer isso? decorar frases feitas? (detesto isso) O que vc acha do método de relacionar frases com ilustrações para o cérebro entender a frase e não ficar processando tradução

    1. Luis,

      Infelizmente, em um post pequeno não dá para falar tudo o que envolve a tal da Lexical Approach. É preciso tempo e espaço para falar sobre a questão do "revisiting", "natural encounters", "reading", 'listening", etc. Essa ideia de aprender lexicalmente não se resume ao simples fato de decorar frases feitas. As frases feitas são apenas a ponta do iceberg nessa questão do ensinar/aprender lexicalmente.

      Frases feitas as pessoas aprender o tempo todo: I love you, What's your name?, Where are you from?, How old are you?, Thank you very much, You're welcome, etc. Essas são as de inglês básico. A lista ainda pode conter frases feitas como: can you say that again, please?; I beg your pardon; It was a pleasure talking to you; What would you like to have, sir/madam?; Have you been been helped?; Good to see you again; Can I have the bill, please; I think it won't last; Keep in touch; Don't be a stranger; One thing has nothing to do with the other; so fa, so good… Note que as frases feitas surgem em situações diferentes. Portanto, temos de pensar em aprender por situações do cotidiano e identificar as frases feitas comuns a cada situação.

      Mas, além das frases feitas, há ainda outros tipos de formulaic language (chunks of language) que devem ser observados, ensinados, internalizados, reencontrados, vivenciados pelos aprendizes. Temos as polywords (by the way, as a matter of fact, from now on, be that as it may, few and far between, in a nutshell, on the spur of the moment…). Ainda temos as collocations (have an idea, good idea, wacky idea, bounce some ideas around, bad idea, give an idea…) – collocations são combinações de palavras comumente usadas com palavras chaves. Temos as sentenças semifixas que podem ser completadas de n maneiras desde que o aluno seja criativo e acostume-se a usar e a vivenciar a língua. Temos inúmeros outros que ajudam no desenvolvimento da fluência.

      Aprender inglês lexicalmente não se resume ao simples fato de decorar inúmeras frases feitas e sair por aí falando. Aprender inglês lexicalmente envolver aprender a aprender e a usar a língua de modo natural, dentro dos contexto corretos com o léxico correto. O aprendizado da gramática, do vocabulário e da pronúncia é integrado (tudo junto) e não em partes. Por léxico a ideia é a de falar de algo que vai além da decoreba de palavras isoladas (house, home, car, computer, pencil, door, window, etc.) e/ou frases feitas como acontecem em inúmeros cursos de inglês pelo Brasil. Aprender lexicalmente envolve vivenciar as situações perceber as nuances do léxico usado nas mais diferentes situações. Aprender lexicalmente é algo que ajuda o aprendiz a continuar aprendendo inglês sem o auxílio de um professor ou escola. O próprio aluno aprende a tirar proveito de material autêntico: listening, speaking, writing, reading. O próprio aluno percebe como as palavras são usadas com a gramática correta sem precisar decorar regras gramaticais e termos técnicos de gramática normativa.

      Há aqui no blog, vários textos falando sobre essas coisas: chunks of language, gramática de uso (que nada tem a ver com gramática normativa) e muito mais. Enfim, fica aí a dica!

      Sobre o método de relacionar frases com ilustrações é legal. Mas, há sentenças que não te figura e aí você terá de fazer uma tradução para ajudar o cérebro a entender do que se trata. Por exemplo, que imagem (figura, desenho, ilustração) você usaria para entender a expressão "by the way"? Eu não consigo pensar em nenhuma. Prefiro traduzir – "por falar nisso", "a propósito" – e correr atrás de exemplos nos quais ela é usada e depois criar meus próprios exemplos para ajudar meu cérebro a internalizar a informação e com o tempo passar a usá-la naturalmente.

      Isso é o que a Lexical Approach, quando aplicada corretamente, faz. O ensino/aprendizado fica mais completo. Nada de ver as coisas isoladamente, mas juntas e inseridas em um contexto natural que ajudará o cérebro a perceber a relevância do aprendizado.

      Tenho dito!

  3. Olá Denilson!!
    Quero parabenizar vc por todo seu trabalho e que vem me ajudando sempre. E dizer a vc que utilizo esse método Lexical Approach. Para mim aprender mais um idioma somente funciona assim. Agora venho desenvolvendo meu inglês e que a cada dia esta melhor. Abraço!!

    1. Olá Sandra, fico feliz com seu desenvolvimento e aprendizado. Fico feliz também com suas palavras em relação ao meu trabalho. É magnífico saber que estou sendo útil de alguma forma. Qualquer coisa, estou por aqui! 😉

  4. Puxa! Adorei a explicação! O material do seu site é maravilhoso, parabéns! Estou sempre assistindo a seriados e filmes legendados e fico sempre de olho na forma como eles combinam e juntam as palavras, então, sem saber (rsrsrsrs), já estava aprendendo inglês pelo Lexical Approach! Cool!

  5. Ver um filme, por exemplo, em inglês com a legenda em inglês ajuda a entender melhor a pronuncia! Essa é uma boa forma de melhorar o listening e também aprender lexicalmente?

  6. Muito bom o seu site amigo!

    Tenho aprendido inglês justamente da maneira que você explica aqui. Foi de uma maneira quase empírica, Trabalho numa multinacional e preciso falar em inglês com frequência e sempre tive problemas para falar, tendo até que tomar remédios ansiolíticos para controlar minha ansiedade. Praticando coisas como as que você descreve aqui, ganhei muita confiança e hoje participo de discurssões com uma fluência razoável.

    Abraços!

  7. Esse texto é totalmente verdadeiro isso acontece comigo sempre eu consigo compreender textos em inglês , entender 2 ( ou mais) pessoas conversando em inglês, consigo escrever em inglês e muitas outras habilidade mas na hora de falar travo e faço essa mesma pergunta que está no texto ” “nossa, eu sei tanta coisa em inglês, mas não consigo falar isso”. Por que esse “travamento” acontece? A forma como venho aprendendo não está me ajudando muito ( a forma é exatamente essa que está no artigo), mais Denilson com essa dica vou mudar agora mesmo o meu jeito de aprender. Muito obrigado você vem me ajudando muito.

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