Gradable e Non-Gradable Adjectives
Dependendo do seu nível de inglês é bem certo que você não faça a menor ideia do que sejam gradable adjectives e non-gradable adjectives. Apesar do nome feio (eu pelo menos acho!), isso não é nada complicado; portanto, vamos falar a respeito desse tema que atormenta alunos de nível avançado.
A palavra “gradable” vem de “grade” e que, entre outras coisas, significa “grau” ou “graduar”. De forma simples, refere-se ao fato de darmos uma nota para algo ou o modo como expressamos a qualidade de algo ou alguém. Posso dar uma nota de 0 a 10 para alguém ou algo; portanto, estou “graduando” aquilo a que me refiro.
Em relação aos adjetivos – palavras usadas para expressar as qualidades de alguém ou algo – temos vários para nos referirmos, por exemplo, à beleza de uma garota: “stunning” (estonteante), “gorgeous” (maravilhosa, “gostosa”), beautiful (bonita), “pretty” (bonitinha), “ravishing” (encantadora, fascinante).
Cada um desses adjetivos expressam o grau de “boniteza” da garota. Com alguns desses adjetivos, podemos usar palavras como “very” para enfatizar ainda mais a a beleza dela: “very beautiful”, “very pretty”. Já outros adjetivos não aceitam a combinação com “very”; afinal, eles já passam a ideia de uma qualidade enorme e portanto não precisam do advérbio “very” para dar essa ênfase. Isso significa que, em inglês, não é comum dizermos “very stunning”, “very gorgeous”, “very ravishing”.
Note que no parágrafo anterior eu disse que “não é comum dizermos”; mas, em situações informais – conversas entre amigos – é provável que as pessoas digam isso apenas para serem mais enfáticas. Lembre-se: não é comum, mas é possível em situações informais.
Enfim, o que isso tem a ver com “gradable adjectives” e “non-gradable adjectives”?
Como você viu não usamos a palavra “very” com alguns adjetivos. Portanto, estes adjetivos são chamados de “non-gradable adjectives”. Isto é, eles não recebem uma “nota” com a palavra “very” ou ainda com estas palavras (advérbios): “extremely”, “rather”, “slightly”, “a bit” e algumas outras. Exemplos de non-gradable adjectives são:
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- perfect, fascinating, excellent, terrified, fantastic, amazing, freezing, awful, impossible, extreme, absolute, opulent
Não costumamos dizer coisas como “very perfect”, “extremely perfect”, “slightly excellent”, “a bit fantastic” e por aí afora. Essas palavras – advérbios – costumam aparecer mais em companhia dos “gradable adjectives”: “very good”, “slightly good”, “vey hot”, “extremely hot”, “rather cold”, “a bit cold”, “very big”, “extremely busy”, “a bit rich”, “very rich” e tantos outros.
Agora, como é que você aprende isso? Como colocar isso na cabeça e ainda assim ser feliz com a língua inglesa?
Minha opinião é a seguinte: ficar destrinchando a língua inglesa dessa maneira – analisando seus detalhes gramaticais e classificando-os com termos técnicos – é algo que serve apenas para professores, linguistas e profissionais que precisam saber dessas coisas. Já um estudantes de inglês que quer apenas aprender a usar a língua para se comunicar naturalmente com as pessoas não deveria perder o tempo tentando entender isso.
De acordo com os princípios das Abordagens Comunicativa e Lexical o uso das palavras deve ocorrer de modo natural. No caso dos “gradable and non-gradable adjectives” tudo se resume em aprender como as palavras se combinam naturalmente. Em outras palavras, isso tem a ver com o fenômeno collocations.
Portanto, você deveria simplesmente aprender que com certas palavras não combinamos uma palavra ou outra. Ou seja, você aprende que pode dizer “very cold”, mas não pode dizer “very freezing”. A palavra “freezing” não combina com “very”. Logo, você deve aprender qual (quais) palavra(s) combina(m) naturalmente com “freezing”: “absolutely freezing”.
O mesmo vale para “fantastic”. Você aprende que não é comum dizermos “very fantastic”, mas pode dizer “increasingly fantastic”. Com a palavra “gorgeous”, não dizemos “very gorgeous”, mas dizemos “really gorgeous”, “absolutely gorgeous”, “drop-dead gorgeous” e “simply gorgeous”.
Esse uso das palavras não deveria ser ensinado (aprendido) como se fosse um tema gramatical complexo e avançado. Do ponto de vista do ensino comunicativo e lexical esse uso das palavras deveria ser ensinado como “collocations”: o modo natural como as palavras se combinam em inglês. Classificar as palavras – adjetivos – como “gradable” e “non-gradable” mais atrapalha do que ajuda. Sem contar que os alunos ficam perdidos com esse tipo de coisas.
Por outro lado, se ensinamos (aprendemos) que em inglês dizemos “absolutely amazing” e não dizemos “very amazing” já está de bom tamanho. As complicações gramaticais (tecnicismos e regras) devem ser deixadas para os profissionais que realmente precisam saber disso e alunos que queiram aprender isso.
E antes que alguém venha dizer que esse modo de ensino agramatical é uma ideia louca de um cara de um bloguinho, tenho o prazer de dizer que vários autores como Jeremy Harmer, Jack Richards, Michael McCarthy e Scott Thornbury, as estrelas do ensino de inglês da atualidade, escrevem favoravelmente sobre esse método de ensino em seus livros e o reafirmam em suas apresentações ao redor do mundo. Por isso, eu a defendo, pois vejo mais vantagens do ponto de vista comunicativo.Leia também a dica “Dê uma folga para very e very much”.
That’s all for today, guys! Caso tenham mais dúvidas sobre esse assunto, vamos continuar conversando na área de comentários ou em nossa fanpage.
Muito boa dica!
Very excellent!!!! Tipo aquele que não leu né? ahahahahahJust kidding 😛
Denilso, ur tips r increasingly fantastic!
Excellent!!